CIP diz que Rio à frente do PSD pode proporcionar acordos parlamentares com PS
"Hoje diferentes condições para esse entendimento", disse António Saraiva que anunciou para 2019 a sua saída da liderança da CIP, ao fim de três mandatos.
O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse esta segunda-feira esperar que a eleição de Rui Rio para a liderança do PSD possa proporcionar “novos acordos parlamentares” a um Governo “refém” da Esquerda.
António Saraiva, no final de uma conferência promovida pelo “Clube dos Pensadores”, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto, na qual deixou críticas ao Governo, considerou o salário mínimo nacional baixo e anunciou para 2019 a sua saída da liderança da CIP, ao fim de três mandatos.
“Obviamente que havendo uma diferente liderança no PSD, aquilo que se espera – e o Rui Rio já fez afirmações nesse sentido – é que possa dar ao país a possibilidade de, em sede parlamentar, se encontrarem apoios diferentes daqueles que se têm encontrado, para que todos ganhemos”, disse o representante do patronato.
Obviamente que havendo uma diferente liderança no PSD, aquilo que se espera – e o Rui Rio já fez afirmações nesse sentido – é que possa dar ao país a possibilidade de, em sede parlamentar, se encontrarem apoios diferentes daqueles que se têm encontrado, para que todos ganhemos.
Questionado sobre se com Rui Rio estão reunidas melhores condições de entendimento com o PS, António Saraiva respondeu que isso “dependerá de um conjunto de fatores, das políticas, das reformas e das soluções que foram encontradas”.
“Se o PS, Governo, não estiver refém de uma só das áreas parlamentares tem condições diferentes, mais liberdade de ação para as políticas que tem de desenvolver para fazer as reformas que o país precisa”, acrescentou.
“Por aquilo que Rui Rio já disse, acho que há hoje diferentes condições para esse entendimento, porque, muitas vezes, as lideranças condicionam as vontades das organizações”, afirmou, salientando que “era importante para o país que houvesse esse entendimento, até porque muitas das reformas exigem maiorias qualificadas de dois terços e existem, muitas vezes, iniciativas do Governo que são bloqueadas ou desvirtuadas porque os apoios que reúne são de determinada composição. Assim, tem um espetro maior para poder fazer as reformas que entender”.
Admitindo que o “país está melhor” depois das dúvidas que o acordo parlamentar à esquerda levantou aos empresários, afirmou que os últimos dois anos “tranquilizaram receios de investimento“.
Para António Saraiva, o salário mínimo nacional “é baixo”, mas ressalvou que “há que ver a posição em que as empresas portuguesas se encontram”, defendendo uma “fiscalidade amiga do investimento, o financiamento da recapitalização das empresas e recursos humanos mais qualificados”.
Sobre a polémica na Autoeuropa, considerou “estar inquinada de falta de diálogo social” devido às “lutas político-sindicais”.
António Saraiva aproveitou a ocasião para dizer que sai da liderança da CIP no “final de 2019”, depois de ter “imposto a si mesmo um limite de três mandatos”.
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