Gulbenkian: Sair do petróleo “é uma questão de coerência com as nossas convicções”
Isabel Mota, presidente da Fundação Gulbenkian, diz que venda do negócio do petróleo " é uma questão de coerência com as nossas convicções". Património da Fundação vai manter dimensão após venda.
A Fundação Calouste Gulbenkian, que esta semana anunciou, a venda do negócio do petróleo garante que o negócio não afetará nem a dimensão nem o património da fundação. Isabel Mota, presidente da Fundação, em declarações ao Expresso, deste sábado, justifica o negócio com a coerência. “É uma questão de coerência com as nossas convicções“, refere.
Para a presidente da Gulbenkian “a sustentabilidade que defendemos implicaria, mais cedo ou mais tarde, sairmos dos combustíveis fósseis. E corresponde a um movimento geral nas grandes fundações internacionais e não só: ter uma preocupação ética em relação ao bem comum e direcionar os investimentos em relação à filantropia”.
Isabel Mota diz mesmo que “é uma contradição defender a sustentabilidade, o Acordo de Paris, o ambiente, os oceanos e depois aumentar o investimento em petróleo, o que seria indispensável para manter a Partex como player internacional”.
A decisão, prossegue, Isabel Mota foi tomada por unanimidade dentro do conselho de administração.
A presidente da Gulbenkian ressalva que “a Fundação já não vive sobretudo do petróleo” e, salienta “a identidade da Fundação Gulbenkian está no que ela faz e não na forma como ela é financiada”. Porém admite que “é uma mudança de forte simbolismo na Fundação mas que em nada muda a sua atividade”.
A Fundação Gulbenkian garante que a verba arrecadada com a alienação da Partex, holding que agrega o negócio petrolífero, será reinvestido não afetando assim a atividade.
As negociações para vender a Partex, conhecidas esta semana, já decorrem há meses, tendo mesmo já sido assinado um memorando de entendimento com a CEFC China Energy, devendo o desfecho ocorrer durante as próximas semanas, avança o Expresso. O negócio do petróleo tem um peso de cerca de 18% do total do ativo, sendo o valor contabilístico da Partex de perto de 500 milhões de euros, valor que serve de referência para o negócio em curso.
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