Puigdemont tenciona governar a Catalunha à distância
O antigo líder catalão, Carles Puigdemont, que se encontra asilado na Bélgica depois das tensões independentistas na Catalunha, vai criar um "Conselho da República" para liderar o movimento.
Apesar de ter anunciado esta quinta-feira a renúncia “provisória” à presidência do governo autónomo da Catalunha, Carles Puigdemont tenciona liderar o Governo catalão a partir da Bélgica, avançou esta sexta-feira o The Guardian. A ideia de Puigemont passa por manter acesa a chama do independentismo, mas à distância, num “espaço livre e sem ameaças ou receios”, disse o antigo presidente catalão ao jornal britânico.
“É como um Governo em exílio. Não está nas sombras. Preferimos trabalhar num espaço livre e sem ameaças ou receios. Deve poder agir sem os problemas levantados pela Justiça espanhola ou pela polícia. É um executivo ou Governo que deve representar a nossa realidade política, afirmou Carles Puigdemont, citado pelo The Guardian, um dia depois de ter sinalizado o seu número dois para a liderança da Generalitat.
Na quinta-feira, Carles Puigdemont disse que deu indicações ao presidente do Parlamento da Catalunha para que inicie contactos com Jordi Sànchez, número dois da lista “Juntos pela Catalunha”, no sentido de proceder à investidura. Mas, segundo informações apuradas pelo jornal El Español, a possibilidade poderá estar distante. Jordi Sànchez encontra-se preso há quatro meses em Soto del Real e o Supremo Tribunal não lhe deverá dar autorização para assistir à sessão, impedindo que seja investido como novo presidente catalão.
Ainda assim, no sentido de manter acesa a chama da independência da Catalunha, Carles Puigdemont vai criar um “Conselho da República” para coordenar a causa que defende e tem vindo a liderar. “Vai representar a diversidade [catalã]. Vou convidar outros partidos para fazerem parte. O conselho deverá ter representação das comunidades locais e da sociedade civil. Vamos passar de um sistema antigo de Governo para as pessoas para um novo sistema em que é [o Governo] com as pessoas”, explicou Puigdemont, que será o presidente desta nova entidade.
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