Moody’s avisa Itália: direção económica será “chave”
"Uma estratégia credível para trazer o elevado rácio da dívida pública para uma tendência descendente clara será positiva para a trajetória do crédito italiano", diz a agência de notação financeira.
A agência de notação financeira Moody’s considera que a estratégia do próximo Governo italiano para fazer descer o rácio da dívida pública e lançar reformas estruturais serão determinantes para a avaliação da qualidade do crédito.
“A direção económica e a política orçamental do próximo Governo, que agora vai surgir ao longo dos próximos meses, serão a chave para a avaliação sobre a qualidade do crédito de Itália“, escrevem os analistas da Moody’s num comentário aos resultados eleitorais italianos. A Moody’s escreve também que “o outro foco está em saber se uma agenda de reformas estruturais vai emergir de um novo Governo”.
Na nota divulgada na sequência das eleições de domingo, a Moody’s enfatiza que “uma estratégia credível para trazer o elevado rácio da dívida pública para uma tendência descendente clara será positiva para a trajetória do crédito italiano, ao passo que a falta de uma política orçamental deste género colocaria a Itália numa rota de colisão com a União Europeia“. Para os analistas desta agência de ‘rating’, “mais que a exata composição do novo Governo, as suas políticas económicas serão a chave para determinar o perfil de crédito da Itália”, atualmente em Baa2 com Perspetiva de Evolução Negativa.
As forças políticas conhecidas como antissistema, eurocéticas e de extrema-direita alcançaram uma votação histórica nas eleições legislativas italianas de domingo: o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista) tornou-se no partido mais votado com cerca de 32,6% dos votos, enquanto a coligação formada pela Forza Italia (FI, direita) do antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi e a Liga de Matteo Salvini (extrema-direita) obteve 37%.
No entanto, no seio desta coligação, a Liga, a formação eurocética e anti-imigração de Salvini, conseguiu superar significativamente a Forza Italia de Berlusconi, 17,4% contra 14%. Tanto o M5S como a Liga reivindicaram hoje o direito de formar Governo, excluindo qualquer aliança “eurocética” entre as formações políticas. Uma vez que nenhuma das forças obteve uma maioria absoluta parlamentar, os líderes políticos vão ser forçados a negociar e antevê-se um período longo e complexo que pode durar meses. Esta situação naquela que é a terceira economia da zona euro deixa na expectativa toda a Europa, nomeadamente os parceiros na União Europeia (UE).
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