Troços degradados? IP pede aos maquinistas para abrandarem
A Infra-Estruturas de Portugal para poupar na deslocação de equipas para colocarem sinais de restrição de velocidade nos troços degradados está a passar a responsabilidade para os maquinistas.
Depois de se ter ficado a saber que mais de metade das linhas de comboio estão em mau estado, a Infra-Estruturas de Portugal está a transferir para os maquinistas a responsabilidade de abrandarem nos troços degradados, escreve o Público esta quarta-feira.
António Alves, maquinista da CP diz que “isto significa que a IP transfere para nós uma responsabilidade que é do gestor de infraestruturas. Temos de ser nós a avaliar o estado da linha e a gerir a velocidade a que ali passamos”. O maquinista adianta que “isso compreende-se quando é nas horas seguintes à deteção da anomalia, mas já não se entende quando essa restrição dura dias seguidos sem que ninguém da IP vá ao local verificar o que efetivamente se passa”.
A IP para poupar nas deslocações de equipas ao longo da via a fim de colocar sinais de restrição de velocidade prefere estabelecer um modelo ao maquinista para que este abrande. Esse modelo, é um documento passado pelo chefe da estação ao maquinista, assinado por este, e onde se estabelece os pontos e quilómetros em que se circulará com restrições. Pelo que a partir desse momento, cabe ao maquinista assegurar a segurança, uma vez que não existem placas a assinalar o local, nem informação no computador de bordo.
O Público adianta ainda que coma redução de pessoal, a CP tem vindo a desguarnecer as estações, retirando destas os ferroviários responsáveis pela gestão do tráfego. Nas linhas de cantonamento telefónico, cuja exploração é feita por sistemas de sinalização automáticos controlados à distância, isso faz com que os intervalos entre estações sejam cada vez maiores, não se sabendo com um mínimo de precisão onde é que está cada comboio em cada momento.
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