Estas cinco empresas dão tudo o que lucraram aos acionistas. Incluindo a Sonae Capital, que teve prejuízos
Classificar estas cotadas de generosas talvez seja pouco: vão dar todos os lucros e mais alguns aos acionistas. Mesmo a Sonae Capital, cujo prejuízo não impede 15 milhões em dividendos.
Define-se payout como a parte dos lucros de uma empresa que vai para os acionistas. Mas quem teve prejuízos e mesmo assim vai distribuir dividendos pelos seus acionistas? Na bolsa de Lisboa, há uma empresa que apesar de ter fechado 2017 com as contas no vermelho vai remunerar os investidores. E também há aquelas vão dar o que lucraram e o que não lucraram para deixar os acionistas mais contentes. Classificar estas cotadas de generosas talvez seja pouco.
A Sonae Capital, empresa de capital de risco do grupo Sonae, registou prejuízos de 6,5 milhões de euros no ano passado. Mas isso não impediu a comissão executiva liderada por Cláudia Azevedo, filha de Belmiro de Azevedo, de manter o dividendo de seis cêntimos por ação. Ou seja, em cima da mesa estão 14,7 milhões de euros em remunerações aos acionistas, tornando mais difícil explicar o conceito por detrás de payout…
Os CTT e a Nos tão pouco ajudam a esclarecer o termo anglo-saxónico que define a parcela dos lucros que a empresa vai distribuir aos acionistas sob a forma de dividendo.
As cotadas mais generosas do PSI-20
Fonte: Reuters e CMVM
Por exemplo, o operador postal vai dar o dobro aos acionistas face ao resultado que obteve no ano passado: lucro 27 milhões de euros mas aos acionistas serão distribuídos 57 milhões de euros. Feitas as contas, o payout dos CTT supera mesmo os 200%, um cenário que não deverá voltar a repetir-se tão cedo, conforme já disse o presidente Francisco Lacerda.
Na Nos, cujo payout de 123,87% nos indica que também vai dar mais dividendos do que os lucros que obteve, o incrível é que nem mesmo assim os analistas pareçam ter ficado convencidos com a remuneração acionista: o BPI queria um dividendo maior do que os 30 cêntimos que a operadora liderada por Miguel Almeida propôs.
Mas por que razão as empresas estabelecem este tipo de políticas de remuneração acionista mais generosas? “Penso que traduz essencialmente a confiança das empresas relativamente ao futuro. Por outro lado, há empresas para as quais há diferenças mais significativas entre resultados e fluxos de caixa, sendo que a capacidade para pagar dividendos depende, em última instância, dos fluxos de caixa e não dos resultados“, explica Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos, ao ECO.
Nos casos da retalhista Jerónimo Martins ou da tecnológica Novabase atingem-se pontos de equilíbrio entre lucros e dividendos. Se já compreendeu bem a definição de payout, então saberá que o payout nestas duas cotadas situa-se nos 100% (ou perto disso): tudo o que lucraram no ano passado vai para os bolsos dos investidores.
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Estas cinco empresas dão tudo o que lucraram aos acionistas. Incluindo a Sonae Capital, que teve prejuízos
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