Tripulantes da Ryanair em greve na Páscoa. Empresa alerta para perturbação dos voos
A greve em três dias se mantém porque as conversas “verificaram-se infrutíferas, uma vez que a Ryanair não aceita aplicar a Lei Portuguesa”, diz o SNPVAC.
Os tripulantes de cabine da Ryanair vão fazer greve na quinta-feira, domingo e segunda-feira, porque as conversações com a transportadora de baixo custo “verificaram-se infrutíferas”, segundo um comunicado divulgado pelo SNPVAC. A companhia aérea não descarta a possibilidade de perturbação dos voos e diz que vai contactar todos os passageiros afetados.
O Sindicato Nacional Do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) informou que a greve em três dias se mantém porque as conversas “verificaram-se infrutíferas, uma vez que a Ryanair não aceita aplicar a Lei Portuguesa” nomeadamente os direitos inscritos na Constituição e no Código de Trabalho, como a parentalidade.
O sindicato pretende ainda que a empresa pare com os “processos disciplinares porque não se atingiram quotas de vendas a bordo”, assim como deixar de considerar uma baixa médica por doença como uma falta injustificada.
“Onde anda o Estado português que permite que os seus sejam desrespeitados no seu próprio país? Onde anda o Governo que se diminui ao ponto de sustentar uma empresa que ignora as leis portuguesas?”, questiona o SNPVAC. O sindicato garantiu ainda que “ao contrário do Governo, os tripulantes de cabine da Ryanair dão-se ao respeito e exigem os seus direitos básicos”.
“E nem a vil ameaça de encerrar as bases em Portugal nos assusta”, sublinham no comunicado.
A Ryanair afirma que já foi notificada da possibilidade de greve por parte de alguns elementos da tripulação de cabine. “Já entrámos em contacto por escrito com os tripulantes de cabine da Ryanair em Portugal solicitando-lhes que coloquem os nossos clientes em primeiro lugar e ignorem esta ameaça de greve em período de Páscoa”, afirma a companhia aérea, que não descarta a possibilidade de perturbação dos voos.
“Apesar de não esperarmos que muitos dos nossos elementos de tripulação de cabine adiram a esta greve, não podemos descartar a possibilidade de perturbação na nossa operação, e iremos contactar todos os passageiros afetados na quinta-feira, dia 29, por email e SMS”, afirma a Ryanair.
Em 21 de fevereiro, o presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, afirmou acreditar que a greve dos tripulantes de cabine na Páscoa “não avança” por os profissionais estarem “satisfeitos”, criticando a atuação do SNPVAC, que marcou a paralisação.
Falando sobre as acusações feitas, de que a companhia aérea de baixo custo não cumpre a legislação laboral portuguesa e tem vindo a deteriorar as condições de trabalho nos últimos anos, Michael O’Leary vincou que “as condições até têm vindo a melhorar”.
“Os nossos tripulantes de voo estão a ter direito a folgas no final de cada semana e a aumentos nos salários que resultam em mais 25 a 45 euros por ano”, destacou, referindo que estes acréscimos são de quase 20%.
Michael O’Leary rejeitou as acusações de pressões aos trabalhadores da empresa, instando a que, “se existem provas de ‘bullying’, se apresentem casos”, e criticou também o facto de o SNPVAC ter recentemente recusado reunir-se em Dublin, na Irlanda, onde fica a sede da empresa.
Ainda assim, o responsável admitiu que, “se a greve for avante, haverá voos cancelados”.
(Notícia atualizada às 16h52 com a reação da companhia aérea)
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