FMI defende que Portugal deve apostar em reformas estruturais
Jeffrey Franks, diretor regional do FMI para a UE, esteve em Lisboa e disse que Portugal tem de aumentar a produtividade e apostar em reformas estruturais.
O diretor regional do FMI para a União Europeia, Jeffrey Franks, defendeu, em Lisboa, que Portugal deve aumentar a produtividade e apostar em reformas estruturais para níveis de crescimento económico superiores à média da Zona Euro. Numa conferência no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), Jeffrey Franks recordou que Portugal convergiu com a Zona Euro no ano passado, ao crescer 2,7%, acima da média dos 19 países da moeda única (2,3%).
Para garantir que essa convergência é “sustentável no futuro”, Portugal deve “aumentar a produtividade”, através de reformas estruturais que promovam o desenvolvimento da investigação, a educação, o investimento, entre outras, defendeu o diretor do FMI. Nas estimativas mais recentes, o FMI prevê que o crescimento económico português abrande para 2,2% este ano, ao mesmo ritmo do conjunto dos 19 países da moeda única.
Nesse sentido, Jeffrey Franks admitiu que uma das formas de Portugal promover a convergência com os restantes países da zona euro é a via política orçamental. “Não é aumentar o défice”, disse.
[O euro] é cego à convergência. Não é certo que prejudique a convergência, mas também não é certo que a promova.
O diretor apresentou um estudo do gabinete europeu do FMI que, entre outras conclusões, aponta que se vários países avançarem com reformas que promovam o crescimento esses efeitos positivos são repercutidos a todos os países.
Questionado depois sobre o impacto das reformas estruturais no crescimento económico em Portugal, quando Espanha, outro país que passou por uma crise e um programa de ajustamento, apresenta um crescimento económico de 3,1%, Jeffrey Franks disse que é necessário comparar o que foi feito nos dois países. “Portugal foi longe o suficiente? Abordou as áreas necessárias? Espanha fez mais?”, interrogou, recordando que Espanha implementou um programa de resgate à banca.
Durante o debate no ISEG, Jeffrey Franks admitiu ainda que o euro “é cego à convergência”. “Não é certo que prejudique a convergência, mas também não é certo que a promova”, disse.
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