Mais um corte de avaliação dos CTT. Chega a vez do BPI
O banco colocou o preço-alvo das ações dos CTT nos 4 euros, 6% abaixo da anterior avaliação. Riscos de regulação e fraco contexto dos volume de correio pesam no futuro do título.
Depois do Goldman Sachs, do Barclays e mais recentemente do CaixaBI, chega a vez de também o BPI cortar a avaliação das ações dos CTT. O banco reduziu em 6% a avaliação das ações da empresa liderada por Francisco Lacerda, apesar de manter a recomendação de “comprar”. A revisão resulta da atualização das estimativas dos CTT para este ano, com os riscos da regulação e os fracos volumes de correio são as principais sombras no futuro do título.
Numa nota divulgada nesta quarta-feira, o Caixabank/BPI baixa o preço-alvo para o final de 2018, “sobretudo devido à quebra da geração de liquidez” em 2017 e 2018, bem como ao “corte médio de 2% nas estimativas do EBITDA recorrente” para 2018-2030. Assim, passou a atribuir-lhes um preço-alvo de 4,00 euros, o que compara com os anteriores 4,25 euros.
O novo target corresponde a uma quebra de 6% face à anterior avaliação. Ainda assim corresponde a um potencial de subida de 36%. As ações dos CTT estão a valorizar 1,09% para 2,972 euros, depois de já terem tocado num novo mínimo histórico de 2,938 euros.
O Caixabank/BPI diz que a sua avaliação, bastante acima da atribuída pelos investidores, “é baseada no potencial de aumento dos fundamentais, dado o forte crescimento do negócio de encomendas em Portugal”, no correio tradicional, na posição de liquidez, no Banco CTT, bem como do benefício que poderá ter daquilo que espera vir a ser um corte de custos permanentes resultante do programa que os CTT pretendem levar a cabo.
Contudo, o banco salienta que “a regulação continua a ser um risco” a ter em conta, bem como “o momento negativo nos volumes de correio e nos serviços financeiros”. Este mesmo argumento tem sido utilizado por outros bancos de investimento para reverem em baixa as suas avaliações. Antes do BPI, o CaixaBI esmagou o preço-alvo para 3,10 euros.
A revisão de avaliação do Caixabank/BPI acontece no mesmo dia em que os acionistas dos CTT se reúnem em assembleia geral para aprovarem uma queda histórica do lucro, metade daquilo que os CTT vão dar em dividendos. Nessa reunião vão estar sindicatos e trabalhadores em protesto contra a degradação da empresa, exigindo a renacionalização.
CTT recuperam de mínimos
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