Coreia do Norte anuncia suspensão dos testes nucleares
Kim Jong-un suspendeu os testes nucleares e de mísseis intercontinentais e quer, antes, focar-se em melhorar a economia. EUA e China saúdam decisão. Japão pede mais.
A Coreia do Norte anunciou esta sexta-feira que suspendeu os testes nucleares e o lançamento de mísseis de longo alcance e que tem planos para encerrar as suas instalações de testes nucleares, adiantou a Associated Press (AP). A agência de notícias oficial da Coreia do Norte adiantou que a suspensão dos testes nucleares tem efeito a partir deste sábado, 21 de abril, na Coreia do Norte. O país disse estar a mudar o foco da sua política nacional e concentrado em melhorar a sua economia.
O anúncio acontece dias antes de o líder norte-coreano Kim Jong-un se encontrar com o presidente sul-coreano, Moon Jae-in numa localidade fronteiriça para uma rara cimeira entre os dois países que tem por objetivo resolver a disputa nuclear com Pyongyang. A decisão da Coreia do Norte foi tomada numa reunião do Comité Central do partido no poder, que acordou discutir “um novo período” de políticas no país.
Trump saúda decisão norte-coreana
O Presidente norte-americano, Donald Trump, considerou uma “muito boa notícia” a decisão da Coreia do Norte de suspender testes nucleares, manifestando-se desejoso de se encontrar com o líder norte-coreano, Kim Jong-Un.
O Presidente dos Estados Unidos disse que houve “um grande progresso” no diálogo com Pyongyang e expressou a sua alegria sobre o anúncio da suspensão. “A Coreia do Norte aceitou suspender todos os testes nucleares e o encerramento de um importante centro de testes. Esta é uma boa notícia para a Coreia do Norte e para o mundo, um grande progresso. Estamos desejosos de celebrar o nosso encontro”, afirmou Trump na sua conta da rede social Twitter. O encontro deverá ocorrer em maio ou junho.
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Japão pouco satisfeito e quer mais
O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, também celebrou a decisão da Coreia do Norte de suspender os testes nucleares e expressou a esperança que esta sirva para o desarmamento “completo, verificável e irreversível” do país vizinho. O chefe do Executivo japonês considerou a decisão como um “movimento positivo”, mas manifestou cautela, afirmando que “a única coisa importante (agora) é ver se esta ação levará a uma eliminação completa, verificável e irreversível das armas nucleares e mísseis” do país vizinho, de acordo com declarações divulgadas pela emissora pública NHK.
Abe adiantou que o seu Governo “estará atento” ao assunto e deixou claro que o Japão e os Estados Unidos coordenaram a sua atuação perante os vários cenários possíveis com a Coreia do Norte, durante a cimeira que teve com o Presidente norte-americano, Donald Trump, esta semana na Florida.
A cautela do primeiro-ministro japonês foi partilhada por outros membros do seu gabinete, como o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Taro Aso, que de Washington, onde está a participar numa reunião ministerial do G20, disse que ainda é cedo para saber se a Coreia do Norte irá abandonar as armas. Taro Aso disse que em outras ocasiões foram feitas concessões económicas e de outra índole para que Pyongyang abandonasse o seu programa nuclear, “mas os testes continuaram”, de acordo com a agência Kyodo.
Já o ministro da Defesa japonês considerou insatisfatória a decisão da Coreia do Norte em suspender os testes nucleares, já que Pyongyang não mencionou “o abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance”.
“Não podemos ficar satisfeitos”, afirmou Itsunori Onodera aos jornalistas, adiantando que Pyongyang não fez qualquer referência “ao abandono dos mísseis balísticos de curto e médio alcance”, pelo que Tóquio irá manter pressão sobre a Coreia do Norte.
“A decisão da Coreia do Norte representa um passo significativo para a desnuclearização da península coreana, que o mundo aguarda”, afirmou a presidência da Coreia do Sul, em comunicado, elogiando o “ambiente muito positivo para as próximas cimeiras entre as duas Coreias e entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos”, que a decisão de Pyongyang “irá criar”.
China diz que decisão vai “ajudar a apaziguar” situação na Coreia
A China, principal aliado da Coreia do Norte, saudou o anúncio de Pyongyang de que irá suspender os seus ensaios nucleares e de mísseis intercontinentais, afirmando que isso contribuirá para a desnuclearização da península coreana.
“A China pensa que a decisão de suspender os ensaios nucleares e de se concentrar no desenvolvimento económico e na melhoria das condições de vida vai ajudar a apaziguar a situação na península coreana e fará avançar o processo de desnuclearização, assim como os esforços no sentido de uma solução política”, disse Lu Kang, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.
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