Catroga: “EDP está a ser alvo de campanha negativa de um lobby organizado”
Numa entrevista de despedida, Eduardo Catroga afirma que a EDP está a ser alvo de uma campanha negativa, sendo que as acusações que lhe são imputadas não têm "consistência técnica".
Quase um mês depois de deixar o Conselho Geral e de Supervisão da EDP para assumir um cargo no maior acionista da elétrica nacional, a China Three Gorges, Eduardo Catroga afirma que a empresa liderada por António Mexia tem sido alvo de “uma campanha mediática negativa por parte de um lobby organizado”.
Em entrevista à revista institucional da EDP, Catroga afirma que as polémicas que têm envolvido a empresa, nomeadamente a que diz respeito aos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), são um “conjunto de mitos” de um grupo organizado “com influência junto da opinião pública e de certos segmentos políticos e agentes de comunicação social”.
"Há uma mistura de grande incompetência técnica de alguns detratores, com a demagogia política de outros, e a falta de estudo da matéria de tantos outros.”
O economista alega que “a realidade é que os supostos favorecimentos à EDP (…) que estão na origem das queixas desse lobby apresentadas a Bruxelas não têm, no fundo, consistência técnica como a própria Comissão Europeia já sentenciou.”
A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos concluiu que, na última década, a EDP ganhou indevidamente 510 milhões de euros com os CMEC, pelo que quer retirar 167,1 milhões de euros às rendas pagas. A energética já questionou as contas da ERSE e diz que está até a perder com os CMEC, mais concretamente, 240 milhões de euros.
“Há uma mistura de grande incompetência técnica de alguns detratores, com a demagogia política de outros, e a falta de estudo da matéria de tantos outros”, acusou ainda Eduardo Catroga.
“Não vou deixar recomendações para o meu sucessor”
Foi a lei que determinou que o economista não pudesse renovar o seu mandato enquanto presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, tendo este ocupado o lugar desde 2012. O nome escolhido para o seguir foi o de Luís Amado, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de José Sócrates.
Quando questionado se queria deixar uma mensagem ao seu sucessor, Catroga afirma que não vai “claro, deixar recomendações para a atuação” de Amado. “Cada um tem o seu estilo e a sua filosofia de gestão quanto ao modo como entende as competências estatutárias”, apontou Catroga, que agora vai trabalhar para a China Three Gorges.
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