Luís Neves é o novo diretor nacional da Polícia Judiciária
Luís Neves, polícia de carreira que nas últimas duas décadas esteve ligado ao combate ao banditismo e terrorismo, é o novo diretor nacional da Polícia Judiciária.
Luís Neves, polícia de carreira que nas últimas duas décadas esteve ligado ao combate ao banditismo e terrorismo, tomou posse como novo diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), sucedendo a Almeida Rodrigues, que não quis renovar o mandato.
O novo diretor nacional comandou até agora a Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT), o departamento da PJ que investiga os crimes mais violentos e que nos últimos anos foi responsável por casos relacionados com a ETA, com os `skinheads´ ou com assaltos a caixas multibanco (ATM) com recurso a material explosivo.
Luís Neves prometeu “reforçar a dotação de recursos humanos” desta polícia e indicou como “especiais preocupações” o terrorismo, a corrupção, a cibercriminalidade, a criminalidade violenta em geral e os chamados “crimes de ódio”.
O novo diretor nacional da PJ apontou ainda como “especiais preocupações” o tráfico de droga e os crimes contra as pessoas, indicando ainda a “recuperação de ativos” resultantes da atividade criminosa mais lucrativa.
Luís Neves sublinhou que a atividade da PJ não se esgota no seio da prevenção e da investigação criminal, referindo que uma polícia capacitada e dotada de meios como o do Laboratório de Polícia Científica deve aproveitar todas as sinergias internas e externas, no âmbito da cooperação judiciária transnacional.
“A estrutura orgânica e funcional da PJ deve estar agilizada e preparada para qualquer cenário, a todo o momento”, enfatizou o novo diretor nacional da PJ, que disse ainda “apostar claramente numa estratégia de proatividade e antecipação”, a montante dos fenómenos criminais, através da “recolha, tratamento, análise e difusão de informação”.
Dotar a PJ dos meios humanos e tecnológicos necessários e adequados ao cumprimento das “tarefas indispensáveis” da sua missão, designadamente na investigação criminal, periciais, informáticas e contabilísticas, foi outro dos rumos traçados por Luís Neves.
Na sua intervenção, a ministra da Justiça salientou que, “no barómetro da confiança”, a PJ “continua a ser das instituições em que os cidadãos mais repousam”, observando que os “cidadãos confiam na maturidade e na diferenciação da PJ”.
Francisca Van Dunem alertou para o recrudescimento do terrorismo, assim como da corrupção, branqueamento de capitais ou atuações criminosas no espaço de cibercriminalidade e que reclamam uma atenção permanente.
A ministra lembrou que PJ possui uma “grande capacidade de antecipar ameaças e os riscos criminais” e de atuar “atempadamente para os prevenir”, mantendo uma atitude atenta às novas formas de criminalidade nacional e transnacional.
Francisca Van Dunem elogiou o trabalho de Almeida Rodrigues à frente da PJ na última década, assim como do seu número dois, Pedro do Carmo, e sublinhou que o novo diretor nacional da PJ, Luís Neves, é “um homem que fez a vida e que tem um passado brilhante na PJ”.
Como desafios do novo diretor nacional, a ministra indicou o reforço da capacidade de ação da PJ, modernizar os meios e manter a coesão dos seus profissionais e garantir os elevados padrões da PJ ao nível da juridicidade, deontologia e da qualidade do trabalho desta polícia.
Almeida Rodrigues, que completa este verão 60 anos e passará à disponibilidade, esteve uma década à frente da PJ, tendo mantido a confiança de sucessivos ministros da Justiça.
Com Almeida Rodrigues sai também o seu número dois, Pedro do Carmo (diretor nacional adjunto da PJ), que regressa à magistratura do Ministério Público.
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