Sporting reavalia emissão de dívida de 15 milhões
Durante semanas o prospeto da emissão de dívida não foi aprovado pela CMVM por causa da instabilidade no clube. Agora, é a própria SAD que está a reavaliar a operação de venda de dívida.
A administração liderada por Sousa Cintra pediu ao regulador do mercado de capitais que suspenda a análise do prospeto para a emissão de 15 milhões de euros de dívida que o Sporting pretendia colocar no mercado para suprir necessidades tesouraria, sabe o ECO.
A SAD do Sporting, ainda sob a direção de Bruno de Carvalho, previa avançar este ano com duas emissões de dívida, uma de 15 milhões de euros (com uma taxa de juro de 6%) e uma outra de 45 milhões. A primeira serviria essencialmente para gastos de tesouraria (pagar salários e fornecedores) e a segunda para reembolsar a dívida que vence novembro (e que já foi alvo de uma moratória).
A venda da tranche dos 15 milhões estava prevista para o final de maio, início de junho e o prospeto da operação deu logo entrada na Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CMVM). Mas a entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias acabou por colocar um travão na aprovação do prospeto com a justificação de que “têm ocorrido, quase diariamente, desenvolvimentos informativos em torno da sociedade emitente”.
Bruno de Carvalho entretanto saiu e cedeu o seu lugar a uma administração provisória liderada por Sousa Cintra que, segundo apurou o ECO, terá pedido à CMVM para que suspendesse o processo de análise do prospeto. A suspensão pode não significar necessariamente o cancelamento da operação, mas apenas que o clube poderá estar a reavaliar.
Contactado pelo ECO e confrontado com esta informação, Sousa Cintra remeteu para Torres Pereira, presidente da Comissão de Gestão do Sporting que, por seu lado, preferiu não comentar. Contactada, a CMVM também não comenta.
A reavaliação da operação poderá estar relacionada com a alteração das próprias condições financeiras do clube já que nesta altura há indicações de que a SAD estará em vias de conseguir algum encaixe financeiro com a venda de jogadores que antes tinham invocado justa causa para rescindirem o contrato.
É o caso de Rui Patrício que Sousa Cintra já garantiu que o Sporting pode “receber à volta de 18 milhões”. Nos jornais desportivos desta quinta-feira lê-se ainda que William Carvalho poderá estar a caminho do Bétis por 20 milhões (A Bola) e que o “Plano de Sousa Cintra pode valer 76,5 milhões” (O Jogo).
Uma tesouraria necessitada
A emissão de 15 milhões de euros em obrigações tinha como objetivo acudir à tesouraria do clube, uma tesouraria que, segundo a entrevista que Sousa Cintra deu esta terça-feira à SIC Notícias, poderia estar com dificuldades. “A tesouraria, como devem imaginar, não está boa, mas não cabe aqui falarmos muito de tesouraria para não assustarmos ninguém”, alertou o presidente da SAD e do clube.
Ainda sobre a situação financeira da SAD, garantiu que “os salários de junho estão pagos e vão ser pagas” as remunerações dos próximos meses: “[o Sporting] vai honrar os seus compromissos, quer com os funcionários, quer com os jogadores”.
Na emissão dos 15 milhões de euros, a SAD comprometia-se a pagar um juro de 6% (numa emissão “com uma maturidade não superior a quatro anos”), uma taxa que compara com a de 4% que está a oferecer o Benfica e os 4,75% que pagou o FC Porto por emissões com maturidades a três anos.
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