Banco de Portugal acusa KPMG de mentir sobre o BES
Cada um dos acusados incorre numa coima que vai até aos 500 mil euros e de 1,5 milhões de euros no caso da própria KPMG.
É a primeira acusação do Banco de Portugal (BdP) ao papel da KPMG no dossiê do BES. Segundo o Expresso (acesso pago), o supervisor acusa a auditora e cinco dos seus membros de então de violação do dever de comunicação ao BdP. Além da própria auditora, são acusados Sikander Sattar, Inês Viegas, Fernando Antunes, Inês Filipe e Sílvia Gomes.
Todos os acusados tinham, à altura dos acontecimentos, responsabilidades na KPMG em Angola ou em Portugal e acesso à informação sobre o BES Angola. Segundo a acusação, ficou provado que tiveram conhecimento dos riscos da carteira de crédito e de como isso poderia afetar a operação em Portugal e não comunicaram esses factos ao supervisor. Pior, assinaram as contas do BES e não fizeram qualquer reserva.
Cada um dos acusados incorre numa coima que vai até aos 500 mil euros e de 1,5 milhões de euros no caso da própria KPMG. Além disso, os acusados incorrem em outras penas acessórias, que passam pela publicitação e a “inibição de exercício de cargos sociais e de funções de administração, gerência, direção ou chefia em quaisquer entidades sujeitas à supervisão do Banco de Portugal”. Contactada pelo semanário, a KPMG não fez qualquer comentário remetendo para um comunicado de abril onde diz que “cumpriu todos os seus deveres”
A KPMG e os seus colaboradores, conta o Expresso, já foram informados das acusações que pendem sobre eles e já terão respondido ao BdP. Os argumentos da defesa deverão agora ser analisados, podendo, nos próximos meses, ser ouvidas as testemunhas e feitas as diligências de prova.
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