Faltam pedreiros e carpinteiros na construção civil em Portugal
Passados dez anos, a crise na construção civil deixou marcas. Hoje, ofertas de emprego nesta área não faltam, o difícil é conseguir preenchê-las.
A crise na construção civil, que agravou com a chegada da troika, fez com que o setor perdesse 37 mil empresas e 260 mil trabalhadores. Agora, uma década depois, a indústria ainda se ressente. Atualmente, a falta de mão-de-obra é o principal problema, sendo até difícil arranjar operários não qualificados, segundo avança esta segunda-feira o Diário de Notícias (acesso livre).
Falta um pouco de tudo na construção civil portuguesa, desde pedreiros, a carpinteiros, trolhas, pintores ou chefes de equipa. Mesmo a oferta de trabalhadores que não têm qualquer qualificação é reduzida. Perante a escassez que se vive nesta área, os sindicatos asseguram que há “milhares de reformados a trabalharem clandestinamente” na reabilitação urbana.
A desregulação do setor tem sido a principal crítica da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), que considera que leva à proliferação clandestina e ao comprometimento da segurança pública.
Frente ao problema, as empresas consideram que a solução pode estar na criação de um regime excecional de mobilidade transnacional que permitisse às construtoras trazer para Portugal operários que têm noutras geografias, nomeadamente dos PALOP.
Ofertas não faltam…
No portal do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) não faltam ofertas de trabalho para operários qualificados com salários que rondam os 800 euros, mais subsídios de alimentação e o transporte fica a cargo do empregador. Os não qualificados têm ofertas que chegam aos 650 euros de salário. Agora só faltam trabalhadores para contratar. O Grupo Casais garante ter 100 vagas disponíveis para operários e 40 para técnicos intermédios, lugares em aberto que não consegue ocupar.
Para o presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Reis Campos, “com a procura atual da construção, o “nível de desempregados deveria ser tendencialmente nulo”. “Para que serve estarem inscritos no IEFP se depois, quando pedimos trabalhadores, não nos fornecem? Ou será que estão é a trabalhar clandestinamente?”, questiona Reis Campos.
Para solucionar o problema que a indústria enfrenta, o presidente da associação considera que é preciso mostrar que a construção é “uma indústria de prestígio e de especialidades como qualquer outra”.
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