Marcelo: Problema da ferrovia “não se resolve através da privatização”
O Presidente da República lembra que o investimento na ferrovia tem sido parado ou adiado na última década e diz que o problema só será resolvido com investimento público.
O problema da ferrovia “não se resolve através da privatização”, mas de investimento público. A ideia foi defendida, esta segunda-feira, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que reconhece haver “décadas de paragem ou adiamento do investimento”.
O Presidente falava em Penela, um dos concelhos afetados pelos incêndios de junho do ano passado, por onde está a passar, este verão, durante as suas férias. Questionado sobre o estado de degradação da ferrovia em Portugal, que tem motivado críticas da oposição nas últimas semanas, Marcelo Rebelo de Sousa diz que essa é “uma queixa antiga”. “É uma grande preocupação, que dura há décadas, de paragem ou adiamento do investimento na ferrovia“, disse o Presidente, em declarações transmitidas pela RTP 1.
E o investimento a ser feito, reforça, tem de ser público. “No futuro, haverá, inevitavelmente, uma resposta mais forte. Há necessidades de investimento público, o problema não se resolve através da privatização da ferrovia, que é muito diversificada e muito complexa. É preciso haver mais investimento público e, se possível, bom investimento público”, salientou.
Há necessidades de investimento público, o problema não se resolve através da privatização da ferrovia.
As declarações de Marcelo Rebelo de Sousa surgem no mesmo dia em que foi rejeitado o pedido do CDS-PP para a realização de uma reunião extraordinária da comissão permanente do Parlamento para debater a crise da ferrovia.
Os partidos à esquerda rejeitaram a proposta do CDS-PP, um voto que justificaram com dois argumentos. “Os problemas da ferrovia nacional, mais do que serem discutidos à pressa, precisam de ser discutidos de forma aprofundada”, apontou o líder parlamentar do PCP, João Oliveira. Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, sublinhou que “são as forças de oposição ao investimento” que agora propõem esta discussão, acusando o CDS de ter como intenção discutir a privatização da ferrovia.
Segundo os dados publicados esta segunda-feira pela Direção-Geral do Orçamento, até junho, o Governo ainda não tinha mexido na despesa que cativou no início do ano para a ferrovia. As regras de disciplina orçamental em vigor geraram um congelamento de despesa de 95,3 milhões de euros para os transportes ferroviários e, no final do primeiro semestre, estes cativos mantinham-se intactos. Para além disso, as novas regras impostas pelo decreto-lei de execução orçamental e publicadas a 15 de maio acrescentaram 20 milhões de euros às cativações da ferrovia.
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