Trump quer assinar tratado comercial com México e Canadá até finais de novembro
"Estou muito feliz por partilhar com o povo norte-americano esta novidade histórica para a nossa nação e também para o mundo", disse o presidente norte-americano.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, classificou esta segunda-feira o novo tratado comercial alcançado com o México e o Canadá como “o mais importante” da história dos Estados Unidos, afirmando que pretende assinar o acordo até final de novembro.
“Estou muito feliz por partilhar com o povo norte-americano esta novidade histórica para a nossa nação e também para o mundo”, declarou, numa conferência de imprensa realizada no Rose Garden, um dos jardins da Casa Branca. O novo acordo comercial Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês) foi alcançado na reta final do prazo limite para as negociações e vai substituir o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA, no acrónimo em inglês), firmado na década de 1990.
O novo protocolo necessita de ser aprovado pelos parlamentos dos três países signatários antes de entrar em vigor. Trump referiu que deseja assinar o texto até final de novembro com o Presidente mexicano cessante, Enrique Peña Nieto, que deixa o cargo a 1 de dezembro, e com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.
Conhecidas do grande público as suas divergências com Trudeau, o chefe de Estado norte-americano classificou hoje o político canadiano como “um bom homem”. “Existia uma forte tensão entre nós”, admitiu Trump, acrescentando: “Mas tudo está resolvido”.
Trump chegou a recusar um encontro com Trudeau à margem da recente Assembleia-Geral da ONU em Nova Iorque, por causa de divergências comerciais. A partir dos jardins da Casa Branca, Donald Trump insistiu que “era um privilégio fazer negócios com os Estados Unidos”, recordando a atitude dura da atual administração norte-americana perante uma China que adota práticas comerciais “injustas”.
Washington impôs pesadas tarifas em quase metade das importações chinesas para os Estados Unidos. Uma tática de pressão que funciona, segundo Trump. “A China quer falar (negociar) mas é muito cedo para falar”, disse o Presidente norte-americano, que também afirmou que a Índia expressou o desejo de iniciar negociações comerciais “imediatamente”.
Ainda em declarações aos jornalistas, Trump enumerou uma longa lista das vantagens do USMCA, que irão beneficiar, segundo o próprio, desde os agricultores aos trabalhadores da indústria automóvel dos EUA. Questionado sobre uma eventual rejeição do USMCA por parte do Congresso, a pouco mais de um mês das eleições intercalares que poderão retirar aos republicanos a maioria parlamentar, Trump respondeu apenas: “Se não for, temos outras alternativas“.
Desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2017, Trump caracterizou o NAFTA, protocolo firmado em 1994 pela então administração do Presidente democrata Bill Clinton, como um acordo “desastroso” para a economia dos Estados Unidos. O anúncio feito hoje de madrugada [domingo à noite em Washington] é o culminar de um processo negocial que inicialmente envolveu os Estados Unidos e o México e só posteriormente o Canadá.
Em finais de agosto, Trump anunciou, a partir da Sala Oval (gabinete presidencial na Casa Branca), a conclusão de um acordo comercial “muito bom” com as autoridades mexicanas, no quadro da revisão do NAFTA. Na altura, o Canadá, também signatário do NAFTA, não participou nesta fase das negociações. O executivo canadiano assumiu então que preferia juntar-se à mesa de discussões após a resolução dos diferendos que separavam os Estados Unidos e o México.
Os dois países sentar-se-iam posteriormente à mesa das negociações. O nova tratado comercial foi anunciado 90 minutos antes de terminar o prazo estabelecido por Washington para se chegar a um acordo.
Acordo é “totalmente benéfico” para os canadianos
O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, saudou hoje o novo acordo comercial concluído ‘in extremis’ no domingo à noite entre o Canadá, os Estados Unidos e o México, assegurando que este será “totalmente benéfico” para os canadianos. “É um acordo que será totalmente benéfico para a nossa economia, para as famílias canadianas e para a classe média”, declarou Trudeau numa conferência de imprensa em Otava.
“Quando as disposições sobre o direito do trabalho entrarem em vigor, será a reforma progressista mais importante para os trabalhadores da América do Norte numa geração”, declarou.
Além disso, o chefe do executivo canadiano mostrou-se também satisfeito pelo facto de o seu país ter podido manter no novo acordo o mecanismo de resolução de litígios comerciais, que é binacional e independente e que Washington queria eliminar.
Segundo o governante, o novo acordo comercial alcançado com os Estados Unidos “preserva” as principais partes do antecessor Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA).
Acrescentou, no entanto, que a modernização do NAFTA, que se chamará Acordo EUA-México-Canadá (USMCA, na sigla em inglês), “não foi fácil”. “Quando o nosso parceiro comercial é dez vezes maior que nós, é necessário haver regras (…) E ainda não passámos a linha da meta”, sublinhou Trudeau, recordando que o novo acordo tem que ser ratificado pelos parlamentos dos três países. “Mas o livre comércio na América do Norte está numa situação muito mais estável que ontem”, observou.
Notícia atualizada às 19h10 com reação de Justin Trudeau.
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