Conselho Europeu de Inovação dá 14,5 milhões para quatro projetos portugueses
O Conselho Europeu de Inovação vai apoiar com 14,5 milhões de euros quatro projetos portugueses ligados à inteligência artificial, à medicina regenerativa, à virologia e à aquacultura.
O Conselho Europeu de Inovação vai apoiar com 14,5 milhões de euros quatro projetos portugueses ligados à inteligência artificial, à medicina regenerativa, à virologia e à aquacultura, anunciou na semana passada a Comissão Europeia em comunicado.
Os trabalhos financiados são desenvolvidos por laboratórios científicos, universidades e empresas. O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia coordena o projeto “ChipAI”, apoiado com 3,9 milhões de euros. O investigador Bruno Romeira, coordenador do projeto, explicou à Lusa que, na prática, trata-se de desenvolver, à escala nanométrica, os “primeiros componentes para computadores de processamento ótico” de informação, “utilizando a luz”. O processamento é inspirado no funcionamento das células cerebrais (neurónios), que emitem sinais elétricos.
Segundo Bruno Romeira, no projeto, que envolve a parceria de universidades e empresas, a luz de laser e LED é “miniaturizada” para “comprimentos de pulsos de luz”, permitindo que os computadores processem mais rapidamente a informação e tenham maior capacidade de aprendizagem, o que, disse, poderá ser útil no futuro em “tecnologias de inteligência artificial”.
Liderado pela Universidade de Aveiro, o “NeuroStimSpinal” é outro dos projetos financiados pelo Conselho Europeu de Inovação, no montante de 3,5 milhões de euros, que procura novas soluções para lesões na espinal medula.
A investigadora Paula Marques, do Centro de Tecnologia Mecânica e Automação da Universidade de Aveiro, adiantou à Lusa que o grupo de trabalho, que inclui empresas portuguesas e universidades espanholas e holandesas, se propõe criar “um tecido tridimensional com uma estrutura fibrosa e porosa próxima da morfologia da medula, usando técnicas de microfabricação”. O biomaterial com que será feito a “medula artificial”, a ser testada em ratos e coelhos, tem na sua composição grafeno, material mais resistente do que o aço, e substâncias retiradas da camada adiposa humana, rica em proteínas.
O Conselho Europeu de Inovação decidiu financiar também, com 4,2 milhões de euros, o projeto “NOVIRUSES2BRAIN”, a cargo do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, em colaboração com uma universidade espanhola e uma empresa alemã.
O trabalho, a realizar durante quatro anos, visa encontrar e selecionar “condutores” de medicamentos eficazes e capazes de atravessar as barreiras sanguíneas placentária (da placenta) e hematoencefálica (do cérebro) e nelas alcançar, ainda durante a gravidez, vírus como o Zika e o da febre Dengue que infetam o cérebro ou outras regiões do sistema nervoso central.
Um quarto projeto, em que participa a empresa portuguesa Biofabics, especialista em engenharia de tecidos tridimensionais, está direcionado para a produção sustentável de peixes saudáveis. O “FishAI” é financiado com 2,9 milhões de euros. Os quatro projetos portugueses estão entre 38 trabalhos científicos que o Conselho Europeu de Inovação vai apoiar com um financiamento total de 124 milhões de euros.
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