Cerca de 5.000 polícias manifestam-se para exigir atualizações salariais e maior investimento
Os manifestantes, sobretudo elementos da PSP e GNR, dizem que é preciso resolver problemas como o desbloqueamento das carreiras e a contagem do tempo em que as carreiras estiveram congeladas.
Cerca de 5.000 polícias manifestam-se esta quinta-feira em Lisboa para exigirem atualizações salariais e protestarem contra a falta de efetivos e de investimento nas forças e serviços de segurança.
O número de polícias presentes na manifestação, que decorre entre a Praça do Comércio e a Assembleia da República, foi avançado à agência Lusa pelos organizadores do protesto — a Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança. Os manifestantes, sobretudo elementos da PSP e GNR, saíram da Praça do Comércio às 18h40 e gritam palavras de ordem como “Cabrita o que é isto? Um país seguro e os polícias nisto“, “Ó Costa, basta de empurrar, a segurança não se faz a brincar”, “Polícias Unidos Jamais serão Vencidos”.
Apesar de o Ministério da Administração interna (MAI) ter anunciado esta quinta-feira que vai pagar a partir de janeiro de 2019 os subsídios relativos ao período de férias, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que “vale a pena manter a luta”, porque o problema não fica totalmente resolvido, faltando saber como serão pagos os retroativos desde 2011.
Paulo Rodrigues disse também que há outros problemas na PSP, designadamente falta de efetivos e de investimento, dando como exemplo as deficiências ao nível da frota automóvel e do sistema informático.
O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), César Nogueira, disse à Lusa que o MAI fez promessas em dia de protesto, mas o que é necessário é resolver problemas como o desbloqueamento das carreiras, a contagem do tempo em que as carreiras estiveram congeladas e o reconhecimento da profissão de desgaste rápido.
Durante o protesto, os polícias empunharam bandeiras dos vários sindicatos representados e exibiram cartazes onde se pode ler: “Basta de desconsideração”, “Exigimos o desbloqueamento das carreiras” e “Cumpram as leis e as decisões judiciais”. Integram a CCP dos sindicatos e associações do setor, a ASPP, a APG, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, o sindicato dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e os profissionais da Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Grades derrubadas em frente à Assembleia da República
Os milhares de polícias concentrados junto à Assembleia da República derrubaram as grades que separam o fundo da escadaria do edifício, tendo o Corpo de Intervenção formado um cordão de segurança.
Os ânimos exaltaram-se entre os manifestantes e os organizadores do protesto apelaram à calma, mas os elementos da polícia e das forças de segurança em protesto acabaram por derrubar as grades de proteção normalmente usadas em manifestações.
Na escadaria junto à Assembleia está um forte aparato policial, colocando polícias frente a frente com polícias.
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