De queda em queda, Galp já dá prejuízo em bolsa este ano

Os últimos meses em bolsa têm sido difíceis para a Galp. A guerra comercial, instabilidade geopolítica e o petróleo roubaram quase dois mil milhões de euros ao valor de mercado em outubro.

A Galp Energia está perto de apresentar contas, sendo que tudo aponta para que revele um aumento dos lucros. Mas no que respeita ao percurso bolsista, o balanço do ano já é de “prejuízos” para a petrolífera. As ações da empresa liderada por Carlos Gomes da Silva, valem hoje menos do que quando arrancaram o ano. O título não tem conseguido resistir à turbulência geopolítica que afeta os mercados e à pressão dos preços do petróleo. Só nesta sexta-feira cai quase 4%, estendendo para perto de dois mil milhões de euros a perda de valor de mercado registada em outubro.

As ações da Galp Energia estão a desvalorizar 3,92%, para os 14,60 euros, sendo que já estiveram a cotar nos 14,52 euros, um mínimo de quase oito meses (a última vez que negociaram num valor tão baixo foi a 2 de março).

Galp perde energia em bolsa

Esse desempenho negativo aponta para que a petrolífera encerre a semana com um recuo de quase 7%, a queda mais expressiva em mais de um ano. Seria necessário recuar até à semana terminada a 16 de setembro do ano passado para ver um desempenho mais negativo. Trata-se ainda da quarta semana seguida de desvalorizações, que ditam uma quebra de 14,8% no mês de outubro, a maior em quatro anos. Ou seja, desde novembro de 2014 (-15,26%).

Em termos de valor de mercado, a petrolífera encolheu perto de dois mil milhões de euros neste mês de outubro. Mais em específico: 1.920 milhões de euros, sendo que o valor de mercado continua a ser o mais elevado entre as cotadas do PSI-20, ascendendo a 11,7 mil milhões de euros. Outubro é também o terceiro mês seguido de quedas para as ações da Galp Energia.

Assim, de queda em queda, a empresa já vale hoje em bolsa menos do que quando iniciou o ano (-0,8%). Um mau resultado que se deve essencialmente à recente turbulência que tem afetado os mercados fruto da guerra comercial norte-americana, mas também da crise italiana. Aliás, apenas três dos 18 títulos que compõem o PSI-20 não conhecem perdas no acumulado do ano.

A condicionar o rumo das ações está também a instabilidade que atinge as cotações do petróleo face aos receios relativamente à perspetiva de um abrandamento do crescimento económico e de excesso de oferta da matéria-prima. Depois de atingir máximos de mais de dois anos, com o Brent a superar a fasquia dos 85 dólares, nas últimas semanas o preço do barril começou a deslizar, levando a cotação a encolher em quase dez dólares. Está nos 75,91 dólares, estando nos 66 dólares em Nova Iorque.

É um contexto negativo para a Galp Energia numa altura em que a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva se prepara para revelar as suas contas relativas ao terceiro trimestre do ano, o que acontece na segunda-feira antes da abertura do mercado.

O consenso dos analistas aponta para que a petrolífera tenha visto o EBITDA do negócio de exploração e produção crescer dos 215 milhões registados há um ano, para 392 milhões de euros (+82%). Muito deste crescimento resultado da atividade no Brasil onde a empresa colocou a funcionar mais uma plataforma.

No que respeita ao mesmo indicador, mas para a atividade global da empresa, os analistas preveem um aumento de 30%, passando dos 487 milhões há um ano para 631 milhões. Nesse cenário, é esperado uma subida de 26,5% nos lucros da petrolífera no terceiro trimestre do ano, com estes a ascenderem a 210 milhões de euros (contra 166 milhões no período homólogo). Nos nove meses os lucros deverão crescer para 597 milhões.

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