Mário Ferreira financia-se em 165 milhões junto do chinês ICBC para financiar navios oceânicos
O grupo de Mário Ferreira assinou um financiamento de 165 milhões de euros com a maior instituição financeira do mundo, o ICBC. Operação é justificada com o reforço da frota com mais dois navios.
A empresa de Mário Ferreira Mystic Cruises acaba de se financiar em 165 milhões de euros junto da maior instituição financeira chinesa, o ICBC Leasing. O financiamento visa a construção de três novos navios oceânicos (dois que irão iniciar a construção e um terceiro que já está em fase final de construção). A Mystic Cruises justifica a operação com a necessidade de expandir a frota devido à grande procura de mercado.
“Há cerca de oito meses encetámos um roadshow entre Pequim, Shangai e Hong-Kong em que contactámos com uma dúzia de bancos e entidades chinesas interessadas em financiar o nosso projeto. O interesse do ICBC, que é o maior banco mundial, e a proposta que nos apresentaram, adequaram-se ao que pretendemos, o que nos permite, juntamente com o investimento de capitais próprios, acelerar o processo de desenvolvimento de frota oceânica”, afirmou Mário Ferreira, em comunicado.
Também a banca portuguesa é chamada a intervir. A Caixa Geral de Depósitos, o Montepio e o Banco Carregosa asseguram o financiamento durante o período de construção, uma vez que o financiamento só será materializado depois de concluída a construção dos navios.
Para Mário Ferreira, a necessidade de construir mais dois navios é justificada pela grande procura do mercado. “Neste momento, o World Explorer ainda não fez a sua primeira viagem, mas já tem ocupação de todos os cruzeiros na Antártida vendidos até 2023. E para 2019 os programas do Ártico, Fiordes Noruegueses, Gronelândia, Mediterrâneo, Báltico e Mar do Norte, que são comercializados pela operadora alemã Nicko Cruises (detida pelo grupo Mystic), estão também esgotados”, sublinha o empresário.
Mário Ferreira adianta ainda que “o estrondoso sucesso da comercialização destes programas levou-nos a procurar fora de Portugal soluções de financiamento que nos permitissem acelerar o nosso plano de expansão da frota. Estes três navios são os primeiros de uma frota de dez navios de cruzeiro oceânicos”.
World Explorer pronto em abril de 2019
O primeiro navio da gama “Ice”, o World Explorer, está já em fase final de acabamentos. E apesar de só estar pronto para navegar em abril de 2019, os cruzeiros para a Antártica estão lotados até 2023. “Neste momento já vendemos a totalidade da ocupação nos cruzeiros para a Antártida a bordo do World Explorer até 2023”, refere o CEO da Mystic Cruises.
A exemplo do que aconteceu com o World Explorer, os dois novos navios, com capacidade para acomodar 200 passageiros e 112 tripulantes, serão também construídos na West Sea, da Martifer, em Viana do Castelo.
O contrato de adjudicação é assinado esta terça-feira, com a presença do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, em Viana e representa um investimento de 140 milhões de euros, a que acresce os 70 milhões de euros investidos no World Explorer. Um valor maior do que o anunciado na sexta-feira pela Martifer (118 milhões para a construção dos dois navios), porque este valor inclui já os trabalhos finais — como a decoração — que não são da autoria da empresa de Oliveira de Frades.
Os dois novos navios serão também navios da classe “ice” da gama Explorer, preparados para navegar nas águas polares até um metro de espessura de gelo, e irão realizar cruzeiros expedições de luxo em todo o mundo, incluindo o Ártico e a Antártida. Estas embarcações têm ainda a particularidade de poder visitar portos mais pequenos e mais próximos dos centros históricos das cidades.
“São navios que foram criados e pensados ao detalhe para oferecer uma verdadeira experiência de luxo e aventura aos seus passageiros. Não apenas num extremo conforto e com serviço gourmet a bordo, mas também com a possibilidade de visitar portos mais exclusivos e de navegar até ao centro dos pontos de interesse e não atracar a dezenas de quilómetros dos mesmos”, afirma Mário Ferreira.
O empresário salienta ainda a preocupação em que os navios sejam eco-friendly. “Vamos realizar cruzeiros em algumas das regiões mais puras e belas do mundo. Para diminuir o nosso impacto trabalhamos em conjunto com o Rolls-Royce para integrar um ultra sofisticado sistema híbrido de propulsão que reduz drasticamente os consumos e emissões, integrando também um sistema de posicionamento dinâmico que nos permite não recorrer ao uso de âncoras, protegendo assim o fundo marítimo”, sublinha Mário Ferreira.
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