Moody’s considera pré-acordo do Brexit positivo
Agência de notação financeira diz ser positivo o pré-acordo alcançado entre Londres e a União Europeia e adverte para consequências negativas se os deputados britânicos o chumbarem, no Parlamento.
O anúncio do pré-acordo entre Bruxelas e Londres sobre o Brexit é positivo para alguns emissores de dívida, mas permanecem obstáculos significativos e o processo está longe do fim, advertiu hoje a Moody’s.
Num relatório, a Moody´s Investors sublinha que, “o anúncio do pré-acordo entre a União Europeia (UE) e o Reino Unido é um passo positivo no caminho de um acordo negociado de um Brexit”, mas o processo “está longe do fim”.
“Se o Parlamento do Reino Unido não apoiar o pré-acordo – na ausência de novos desenvolvimentos – a UE e o Reino Unido enfrentarão um ‘no-deal Brexit'” com “consequências negativas significativas para um grupo de emissores de dívida”, afirma a Moody´s.
“Os desenvolvimentos no Parlamento do Reino Unido vão ser críticos e, em última análise, o valor do acordo de retirada vai depender de a primeira-ministra britânica, Theresa May, conseguir persuadir a maioria dos deputados a apoiá-la numa votação parlamentar”, refere a agência de notação.
Tendo em conta a variedade de pontos de vista dos deputados britânicos – desde os que ainda apoiam a manutenção na UE até aos que querem eliminar todos os laços existentes com a UE sem quaisquer condições – está longe de estar assegurado que uma maioria de deputados vote e favor do acordo, defende ainda a Moody´s.
A Moody´s adianta que, “se ratificado, o acordo abriria o caminho para o denominado ‘período de transição’ entre abril de 2019 e o final de 2020, período durante o qual a UE e o Reino Unido negociariam uma relação futura para entrar em vigor em 2021”.
Contudo, adverte que “o acordo ainda vai ter de ser retificado pelos Parlamentos do Reino Unido e da UE e pelos líderes da UE”.
Na quarta-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou que o Governo britânico aprovou “coletivamente” o rascunho de acordo para a saída do Reino Unido da UE.
A decisão foi tomada após um “debate longo, detalhado e apaixonado” sobre o documento, resultado de “milhares de horas” de negociação por funcionários e dos contactos com governos europeus, disse.
Entretanto, hoje três ministros já pediram a demissão, sendo a ministra do Trabalho e Pensões britânica o terceiro membro do Governo da primeira-ministra Theresa May a sair após a aprovação na quarta-feira do rascunho do acordo para o ‘Brexit’.
Esther McVey disse hoje na sua conta do Twitter que o acordo preliminar assinado com Bruxelas “não honra os resultados do referendo” de 23 de junho de 2016, no qual 52% dos britânicos apoiaram a saída da União Europeia.
Antes de McVey, já tinham apresentado demissão o ministro britânico com a tutela do Brexit, Dominic Raab, e o ministro britânico para a Irlanda do Norte, o conservador Shailesh Vara.
Segundo a imprensa britânica, McVey foi a ministra que mais frontalmente criticou o acordo durante o conselho de ministros de quarta-feira que aprovou “coletivamente” o acordo.
O Governo britânico aprovou na quarta-feira o rascunho de acordo para a saída do Reino Unido da UE, tendo sido encontrada com a UE uma solução para evitar o regresso de uma fronteira física entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.
Hoje, o presidente do Conselho Europeu anunciou, em Bruxelas, que prevê convocar uma cimeira extraordinária de líderes da União Europeia a 27 para dia 25 de novembro, para “finalizar e formalizar o acordo de Brexit” com o Reino Unido.
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