Costa: Esperamos ter um Brexit ordenado e não algo de caótico
António Costa diz ainda que “a União Europeia tem dançado de acordo com a música que tem sido apresentada pelo Reino Unido" nas negociações para o Brexit.
O primeiro-ministro espera que o acordo entre a União Europeia e o Reino Unido seja aprovado tanto no Conselho Europeu do próximo domingo, como naquele país, de forma a poder haver um Brexit ordenado e não caótico.
“Temos a expectativa de que no domingo o Conselho endosse o acordo que foi concluído, que esse acordo possa ser aprovado também no Reino Unido e possa depois seguir para aprovação no Parlamento Europeu, de modo a que possamos ter um Brexit ordenado e não algo que seria caótico e uma ameaça para os cidadãos da UE residentes no Reino Unido”, afirma.
António Costa diz ainda que, neste processo, “a União Europeia tem dançado de acordo com a música que tem sido apresentada pelo Reino Unido”, correspondendo sempre ao que este país tem solicitado.
“O Reino Unido decidiu fazer um referendo, David Cameron pediu uma negociação prévia para que estivesse em boas condições para disputar o referendo”, disse. Depois, “houve uma negociação dura e difícil, onde o senhor Cameron considerou que tinha obtido um bom resultado e foi para o referendo e perdeu”.
Quando tal aconteceu, relata Costa, o Reino Unido informou a UE de que ia sair. “Abrimos negociações, negociámos, concluímos um acordo satisfatório para a União Europeia e aceite pela primeira-ministra britânica que era a nossa interlocutora”, diz.
Relativamente às próximas eleições europeias e à escolha do holandês Frans Timmermans como candidato da família socialista a ‘spitzenkandidat’ (candidato a presidente da Comissão Europeia), António Costa considera que foi “uma tarefa que correu bem”.
O anúncio oficial da candidatura será feito no Congresso do Partido Socialista Europeu (PSE), que decorrerá em Lisboa, a 7 e 8 de dezembro.
O primeiro-ministro foi escolhido pelos seus camaradas socialistas europeus para conduzir o processo de diálogo entre os diferentes partidos tendo em vista o apoio a uma candidatura única dos socialistas, dada a existência de vários possíveis concorrentes.
“Foi para mim uma honra terem-me confiado essa tarefa”, diz Costa, quando questionado se teve de recorrer aos seus dotes de negociador hábil. “Foi possível encontrar um candidato que conseguiu unir os diferentes partidos socialistas e sociais-democratas da Europa em torno de uma figura” com experiência política nacional e como vice-presidente da Comissão Europeia e que “tem estado na linha da frente do combate pela defesa dos valores europeus, contra o populismo e as ameaças ao Estado de direito”, destaca.
Segundo Costa, a escolha de Timmermans também revela que foi possível encontrar-se uma “boa síntese para o que é essencial”, como por exemplo a conclusão da reforma da União Económica e Monetária ou um novo quadro de financiamento plurianual à altura das ambições da Europa. “Portanto, acho que Frans Timmermans é uma bela candidatura”, diz.
Sobre o cabeça de lista do próprio PS, António Costa não quis adiantar nada, remetendo o assunto para convenção nacional do partido sobre a Europa, que se realizará a 16 de fevereiro.
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