CP demite diretor em desacordo com decisão que ameaça segurança ferroviária
Diretor de material da CP alertou para riscos de se adiar a manutenção de rodados e foi demitido pela administração da empresa, que decidiu que manutenção dos rodados seria feita mais tarde.
O diretor de material circulante da CP foi afastado a 6 de dezembro deste ano, depois de ter alertado para os riscos de um adiamento da manutenção dos rodados e contra a gestão da empresa, escreve esta segunda-feira o Público (acesso condicionado). Em comunicado, a CP sublinha, contudo, que, ao contrário do que foi avançado por esse jornal, a “exoneração do diretor” não teve qualquer ligação a essa decisão.
Em causa está a decisão de prolongar o ciclo de manutenção dos rodados das Unidades Triplas Eléctrica (UTE), que deveria ser feita depois de 1,7 milhões de quilómetros, por mais 300 mil, até aos dois milhões.
A manutenção e vistoria das automotoras é feita de maneira a que possam ser substituídos ou reperfilados para, em segurança, voltarem aos carris. No entanto, escreve o jornal, a atual falta de material da CP — que a empresa tem apresentado como justificação para as sucessivas supressões de comboios — significaria ter parada uma das frotas mais importantes da empresa e poderia “lançar o caos” sobretudo no serviço regional.
“As operações de manutenção e reparação do material circulante da CP obedecem a pareceres técnicos e decisões que, em contacto permanente com os fabricantes, asseguram os padrões de segurança ferroviária”, garante a empresa, em comunicado. No que concerne ao ciclo de manutenção das unidades UTE 2240, a CP reforça que “os pareceres técnicos da Direção de Material Circulante da CP e da EMEF foram naturalmente concordantes e suportaram a decisão do Conselho de Administração da CP, tendo concluído que esta alteração não coloca em causa a segurança da operação ou dos passageiros”.
Por fim, a CP esclarece: “Importa salientar que a exoneração do diretor de material “circulante da CP não tem qualquer ligação com tal decisão [o adiamento da manutenção], mas tão somente com a não verificação de condições objetivas para o exercício da função”.
(Notícia atualizada com a reação da CP)
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