Instagram foi mais eficaz do que o Facebook a manipular eleições

Foram cerca de 77 milhões de interações com propaganda no Facebook, 73 milhões no Twitter e... 187 milhões no Instagram. Rede social das fotos pode ser mais problemática do que o que se acreditava.

O Instagram é uma ferramenta mais poderosa do que se pensava na manipulação de eleições — mais até do que o próprio Facebook. Dados obtidos pela Bloomberg revelam que a rede social das fotografias foi ainda mais eficaz do que a casa-mãe na propagação de informação falsa pelo eleitorado.

As autoridades norte-americanas estão convictas de que grupos ligados à Rússia têm usado redes sociais como o Facebook e o Twitter para espalhar informação falsa. Ora, entre 2015 e 2018, um desses grupos, a Internet Research Agency, gerou cerca de 77 milhões de interações no Facebook com propaganda e 73 milhões no Twitter. Por sua vez, no Instagram, o número de interações alcançou 187 milhões.

Até aqui, acreditava-se que, de todas as plataformas, o Facebook representava a maior preocupação no que toca à disseminação de informação falsa para manipular o resultado de processos eleitorais. Aliás, este foi um dos fatores que mais desgastou a imagem do Facebook este ano, com Mark Zuckerberg a ter de lidar com crises como a do uso indevido de dados pela Cambridge Analytica.

No entanto, segundo a Bloomberg, a rede social Instagram, que também é detida pelo Facebook, não só terá tido um papel mais determinante na manipulação das eleições Presidenciais norte-americanas de 2016 como, no futuro, poderá também ser usada para confundir o eleitorado nas Presidenciais de 2020. As eleições na Europa também não estão a salvo.

Os dados obtidos da Bloomberg fazem parte de um relatório elaborado por três grupos de investigação a pedido do Senado norte-americano. Entre as campanhas de desinformação analisadas estão imagens publicadas por contas no Instagram com citações falsas e polémicas sobre figuras como Hillary Clinton, que perdeu a corrida à Casa Branca em 2016 para o controverso republicano Donald Trump.

Algumas dessas contas no Instagram têm quase meio milhão de seguidores. Contudo, segundo a Bloomberg, o Facebook raramente considerou o Instagram como uma das ferramentas a ter em conta no debate público sobre a manipulação de eleições através das plataformas eletrónicas.

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