EDP lucrou 852 milhões de euros com benefício indevido de Pinho
Antigo ministro da Economia terá autorizado uma extensão de concessão de 27 barragens abaixo do valor mínimo de cerca de 1,6 mil milhões de euros.
O antigo ministro da Economia do Governo de José Sócrates, Manuel Pinho, terá dado à EDP um benefício de 852 milhões de euros na extensão da exploração de 27 barragens por 25 anos, avança a edição desta quinta-feira do Correio da Manhã (acesso livre).
Segundo uma perícia do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República citada pelo jornal, a energética deveria ter pagado o valor mínimo de 1,61 mil milhões de euros. O despacho não deixa margem para dúvidas: do processo de extensão “resulta um prejuízo de cerca de 852 milhões de euros para os consumidores e um benefício indevido para a EDP de igual montante”.
Uma tese que é rejeitada pela EDP que se faz valer da decisão da Comissão Europeia de arquivamento da queixa apresentada em 2012 que apontava para o favorecimento da EDP no dossiê das rendas excessivas. Bruxelas deu razão à elétrica uma vez que o valor calculado pela REN (os 1.611 milhões) estava incorreto, porque a metodologia utilizada “não constituía uma prática de mercado”. O valor a pagar pela EDP, calculado pelos técnicos do Estado, para a extensão das concessões de energia hidroelétrica, era compatível com as condições de mercado, segundo a avaliação da Comissão. Ou seja, 759 milhões de euros, a título do equilíbrio económico-financeiro da extensão de todas as 27 concessões de centrais hidroelétricas. Este valor inclui 55 milhões de euros, correspondentes à taxa de recursos hídricos.
A Comissão, que concluiu que a extensão das concessões de energia hidroelétrica atribuídas por Portugal à operadora nacional EDP não envolveu um auxílio estatal, sublinhou que a REN usou no seu cálculo taxas iguais para situações de risco diferente.
O valor final a pagar pela EDP foi fixado num despacho assinado por Manuel Pinho e Francisco Nunes Correia, então ministro do Ambiente. O antigo governante vai regressar esta quinta-feira ao Parlamento para ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas.
A comissão ouviu esta terça-feira o administrador da EDP Manso Neto que defendeu que não existem rendas excessivas no setor energético e que a EDP foi prejudicada quando aceitou passar dos contratos de aquisição energética (CAE) para os custos de manutenção do equilíbrio contratual (os chamados CMEC).
(Notícia atualizada com mais informação)
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