Boeing 737 MAX a sobrevoar Portugal? Presidente da ANAC diz que decisão depende de entidade europeia
É "a EASA que revê o licenciamento que deu a este aparelho e diz que todos eles ficam impedidos de voar no espaço europeu. Não é uma decisão dos Estados individuais”, afirma Luís Miguel Ribeiro.
Depois da queda de um Boeing 737-8 Max da Ethiopian Airlines no passado domingo, que provocou a morte das 157 pessoas a bordo, vários países e companhias tomaram a decisão de suspender os voos com estes aviões. Em Portugal, “não há operadores portugueses a operar este tipo de avião”, disse Luís Miguel Ribeiro, presidente da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), em entrevista à Renascença.
Além disso, qualquer decisão sobre uma proibição de os Boeing 737 Max 8 sobrevoarem o espaço aéreo português está a cargo da Agência Europeia de Segurança da Aviação Civil, que regula todo o espaço europeu. É “a Agência Europeia de Segurança da Aviação Civil (EASA) que revê o licenciamento que deu a este aparelho e diz que, por uma questão de precaução, todos eles ficam impedidos de voar no espaço europeu. Não é uma decisão dos Estados individuais”, explicou.
Depois da Etiópia, China e Indonésia terem decido proibir aquele modelo da Boeing de sobrevoar o seu espaço aéreo, Austrália, Singapura, Malásia, Omã e Reino Unido foram os mais recentes a tomar uma decisão semelhante.
Luís Miguel Ribeiro explicou, também, que o Boeing “é um avião que, nas suas primeiras versões, está a voar desde 1996”, acrescentando que o 737 MAX 8 “é uma versão mais recente de um modelo que já está muito testado”.
Resta agora apurar o terá levado aos acidentes aéreos, sendo que, “muitas vezes”, estes acidentes resultam de “uma acumulação de fatores”. “Nunca é apenas um fator único. O que acontece é uma série de situações que leva a um acidente”, referiu o presidente da ANAC, acrescentando que, no caso específico da Etiópia, “fala-se de um sistema de software recente introduzido neste modelo de aparelhos que pode estar na origem do acidente”.
Questionado sobre se existe alguma lista de companhias aéreas a evitar, Luís Miguel Ribeiro afirmou que “existe uma lista chamada lista negra de companhias estrangeiras que estão proibidas de voar no espaço público europeu”. Essa lista é pública e pode ser consultada no site da EASE.
Por outro lado, o presidente da ANAC relembrou que “o setor de avião civil na Europa é perfeitamente seguro e altamente regulado”. “É um setor que, fruto de todos os mecanismos de segurança que tem, não tem tido acidentes nos últimos anos, portanto é um motivo de regozijo para todos os europeus”.
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