Privatização da angolana TAAG ainda este ano e voos para Cabo Verde em abril
Operação estava prevista para 2021, mas "dinâmica económica" e renovação da frota da companhia angolana levou a decisão de acelerar processo. Convites a eventuais interessados avança este ano.
O ministro dos Transportes angolano disse à agência Lusa que a privatização parcial da companhia aérea de Angola TAAG estará concluída ainda este ano e assegurou que as ligações aéreas com Cabo Verde serão retomadas em abril.
À margem do lançamento da extensão da “Operação Transparência para a Costa Atlântica de Angola”, Ricardo de Abreu admitiu, por outro lado, que a renovação da frota da companhia aérea de bandeira prevê a aquisição de aviões Boeing 737 MAX8, mas que espera que, até 2022 ou 2023, os eventuais problemas com o modelo do aparelho estejam ultrapassados.
Sobre o processo de privatização, Ricardo de Abreu lembrou que, em novembro de 2018, o Presidente angolano, João Lourenço, aprovou a transformação da TAAG em sociedade comercial (sociedade anónima), em que o plano de abertura de capital da transportadora prevê a abertura a investidores estrangeiros.
“Tínhamos inicialmente perspetivado que esse processo estivesse concluído em 2021, mas, face um pouco à dinâmica económica e ao que estamos a fazer do ponto de vista da renovação da frota da própria TAAG, iremos acelerar este processo para que, ainda ao longo de 2019, possamos ter a documentação necessária pronta para se iniciar o convite a entidades eventualmente interessadas na entrada no capital“, indicou.
A Lusa noticiou em novembro passado que a privatização parcial da transportadora aérea estatal angolana TAAG prevê a venda de até 10% do capital social a outras companhias aéreas, nacionais ou estrangeiras, segundo o novo estatuto da empresa.
O documento, aprovado por decreto presidencial de 26 de novembro, assinado pelo Presidente angolano, João Lourenço, refere que o capital social da TAAG está avaliado em 700.000 milhões de kwanzas (cerca de 2.000 milhões de euros), representado por 2.000 milhões de ações ordinárias.
Sobre a polémica em torno do facto de a renovação da frota da TAAG prever a aquisição de vários Boeing 737 MAX8, idênticos aos que estiveram envolvidos nos acidentes com aparelhos da Lyon Air (em outubro de 2018) e, mais recentemente, a 10 deste mês, da Ethiopian Airlines, Ricardo de Abreu lembrou que, até chegarem, em 2022 ou 2023, haverá tempo para que os eventuais problemas sejam solucionados.
“O processo de renovação da TAAG está em curso e as negociações com os diferentes fabricantes também, estamos a tentar concluir esse processo. É óbvio que os aviões 737 MAX8 estariam em perspetiva de ser adquiridos pela TAAG, para compor a frota de médio curso, tal como hoje temos 737-700 da nova geração“, afirmou.
“Mas, de qualquer maneira, teremos de aguardar pelos resultados deste processo de investigação que está em curso sobre o acidente que, infelizmente, aconteceu na Ethiopian Airlines, e depois o outro da Lyon Air. Acreditamos que estas questões serão superadas. A indústria da aviação já teve situações equivalentes”, acrescentou.
Para Ricardo de Abreu, porém, “é óbvio” que há melhorias que terão de ser feitas no modelo da Boeing, “se for essa a conclusão da investigação”.
“Mas não contamos que haja outro tipo de preocupações. No plano de renovação da frota da TAAG, independentemente do fabricante, nós estamos a aguardar a entrada deste tipo de aeronaves um pouco mais à frente, em 2022 ou 2023. Até lá, pensamos que qualquer situação, seja a Boeing seja a Airbus, estará tratada”, referiu.
Em relação à retoma dos voos diretos entre Angola e Cabo Verde, suspensos em 2016 devido à falta de rentabilidade do destino, Ricardo de Abreu salientou que o reinício acontecerá em abril próximo, sendo o Sal como escala nos vos para Havana, em Cuba.
“Temos o plano para reiniciar a ligação para Cabo Verde agora em abril. Já em abril, iniciaremos em princípio a ligação para o Sal”, assegurou.
Em novembro de 2018, os ministros dos Transportes de Angola e de Cabo Verde assinaram, na cidade da Praia, um memorando de entendimento nos domínios dos transportes aéreos e marítimos para “definir e consolidar a cooperação nestes setores estratégicos para os dois países”, prevendo a retoma das ligações aéreas entre os dois países, provavelmente através de um sistema de “code-share” com a TACV Internacional.
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