Vieira da Silva rejeita aumentar idade da reforma para reforçar sustentabilidade da Segurança Social
Aumentar a idade da reforma seria uma boa solução para incrementar a sustentabilidade da Segurança Social? Ministro rejeita hipótese e diz que prioridade é reforçar FEFSS.
Vieira da Silva garante que o reforço da sustentabilidade da Segurança Social não passa pelo aumento da idade da reforma. Esta sexta-feira, foi apresentado um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos que conclui que a subida de apenas três anos desse patamar etário implicaria o adiamento para lá de 2070 do aparecimento de défices crónicos no sistema de pensões nacional, mas o ministro do Trabalho desvaloriza essa hipótese.
Em declarações aos jornalistas, o governante sublinhou que, neste momento, o reforço do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social é a prioridade do Executivo para garantir o equilíbrio das contas do sistema, evitando-se assim um colapso. De acordo com o estudo referido, no quadro atual e tendo em contas as previsões de envelhecimento demográfico, esse tombo nas contas deverá acontecer já no final da próxima década, em 2027. Isso se não for alterado o sistema, nem as suas variáveis.
"A proposta de passar a idade da reforma para 69 anos não é exequível, nem é eficaz. Não se fazem mudanças da idade dessa dimensão num espaço curto de tempo. Isso contraria de forma excessiva as expectativas do ponto de vista dos cidadãos.”
“O que parece é que, do ponto de vista do diagnóstico, não encontro muitos pontos inovadores neste estudo. A avaliação que é feita já tinha sido feita”, começou por frisar o ministro do Trabalho. Vieira da Silva fez questão ainda de sublinhar que a evolução da idade da reforma em Portugal está indexada à esperança média de vida precisamente por causa das tendências demográficas de envelhecimento. “A proposta de passar a idade da reforma para 69 anos não é exequível, nem é eficaz. Não se fazem mudanças da idade dessa dimensão num espaço curto de tempo. Isso contraria de forma excessiva as expectativas do ponto de vista dos cidadãos”, enfatizou o governante.
Além da questão das expectativas, Vieira da Silva nota que essa subida da idade da reforma resultaria no agravamento do desemprego “dos menos jovens”, pelo que, do ponto de vista social, financeiro e económico, essa não é uma solução adequada.
O estudo apresentado esta sexta-feira nota que com o aumento do número de pensionistas e com a subida do valor da pensões à boleia do reforço dos salários, as contas da Segurança Social irão entrar em equilíbrio já em 2027. Daí que os investigadores explorem três cenários para adiar esse aparecimento de défices: O tal aumento em três anos da idade da reforma, o reforço das contribuições para a Segurança Social e o corte das pensões.
Além de rejeitar o aumento da idade da reforma, Vieira da Silva diz que as outras duas opções exploradas também não são viáveis. Tudo somado, o ministro defende que o reforço da sustentabilidade da Segurança Social tem de passar pelo FEFSS, que pela primeira vez ultrapassou em março os 18 mil milhões de euros.
(Notícia atualizada)
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