Costa afirma que PS é partido “europeísta”, mas não “euro ingénuo” ou subserviente
O primeiro-ministro considera que a solução para grande parte dos problemas nacionais passa por a UE corrigir deficiências e não por atitude de "subserviência".
O secretário-geral do PS define o seu partido como “europeísta”, mas não “euro ingénuo”, considerando que a solução para grande parte dos problemas nacionais passa por a União Europeia corrigir deficiências e não por atitude de “subserviência”. Esta posição de António Costa consta de uma mensagem dirigida aos eleitores portugueses, no dia em que arranca oficialmente a campanha eleitoral para as eleições europeias do próximo dia 26 e que está publicada no site europa.ps.pt.
Nesta sua mensagem, o líder dos socialistas portugueses começa por se referir a uma ideia que assumiu quando anunciou a sua candidatura à liderança do PS, em junho de 2014, na qual diz ter defendido que a solução para parte dos problemas nacionais “exige uma mudança na Europa”. A partir deste princípio, o secretário-geral do PS desenvolve em seguida uma orientação política com aplicação nestas eleições europeias.
“Somos europeístas, mas não podemos ser euro ingénuos. É necessário corrigir as deficiências que a crise evidenciou na união monetária, compensar os efeitos assimétricos que o euro tem nas diferentes economias, recuperar os danos sociais e económicos provocados pelo ajustamento, encontrar um novo equilíbrio na gestão dos nossos compromissos que favoreça o crescimento sustentável, a criação de emprego, o controlo do défice e a redução da dívida”, sustenta o primeiro-ministro.
António Costa procura por outro lado advertir que, numa negociação entre 28 Estados-membros, “é difícil prometer resultados, sem o risco de desiludir”. “Mas é necessário que haja clareza sobre o que queremos e compromisso sobre a atitude construtiva, determinada e patriótica com que defenderemos o interesse nacional, como parceiros leais, iguais entre iguais e nunca, nunca mais, subservientes”, acentua.
António Costa defende que, ao longo dos cerca de três anos e meio como líder do executivo nacional procurou cumprir o “compromisso de romper com um ciclo de triste subserviência, para afirmar Portugal na União Europeia, como um parceiro leal mas ativo, que se assume igual entre iguais”.
“Das migrações à reforma da zona euro, Portugal tem estado sempre empenhado na primeira linha nos grandes debates europeus. Como António Guterres demonstrou há mais de 20 anos, a melhor forma de defender os nossos interesses específicos é sermos reconhecidos pela defesa que fazemos dos interesses gerais da União Europeia”, apontou, após citar o exemplo na frente europeia do atual secretário-geral das Nações Unidas enquanto líder do Governo português entre 1995 e 2001.
Neste ponto, numa alusão aos principais desafios que Portugal travou na União Europeia, António Costa acrescenta que, entre os 28 Estados-membros, Portugal não esteve apenas empenhado numa agenda nacional, como “na luta contra as sanções, na defesa de uma maior fatia no bolo dos fundos comunitários ou sequer na urgente conclusão da reforma da zona Euro”.
Na sua mensagem, António Costa elogia a lista de candidatos do PS ao Parlamento Europeu, classificando-a como “excelente, renovada, paritária, rejuvenescida, representativa de todas as regiões – com o merecido destaque para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira – que reúne candidatos com sólida experiência política”.
“Candidatos que nos abrem à sociedade, militantes do PS ou independentes, e encabeçada pelo Pedro Marques, que ao longo da sua vida, como autarca, deputado, secretário de Estado e ministro adquiriu um profundo conhecimento do país, do seu território, das suas carências sociais, dando provas de sólida competência técnica e política. Partimos por isso para esta campanha com a responsabilidade, a ambição e a confiança de lutarmos por uma grande vitória que dê força ao PS, a Portugal e à Europa“, completa.
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