Fórum EuroBic: Viseu pede política fiscal amiga do investimento
Viseu reclama uma política fiscal que incentive os empresários, mas também melhores acessos, com uma requalificação do IP3 e aposta na ferrovia. É das cidades que tem melhor qualidade de vida.
Viseu é considerada uma das cidades com melhor qualidade de vida em Portugal. Pouco trânsito, segurança, baixo custo de vida quando comparado com as grandes cidades do Litoral são algumas das maiores vantagens em viver na região Beirã. Todavia, a desertificação, a falta de aposta na indústria, a falta de incentivos, pouco emprego e população envelhecida são alguns dos maiores desafios que a região enfrenta.
O presidente da Câmara Municipal de Viseu pede uma política fiscal que incentive os empresários e destaca a importância da indústria para o desenvolvimento da região. “Os nossos empresários são uns heróis, existe um ADN empreendedor e isso é de saudar”, evidencia Almeida Henriques, lamentando a desigualdade entre o litoral e o interior.
Estes territórios ou têm uma descriminação fortemente positiva ou então muitos destes empresários não estão numa posição de igualdade e competitividade com outros que estão no litoral.
António Almeida Henriques apela também para a necessidade de apostar em mais acessos para o sul do país, que na sua ótica são “maus”. “Há sítios que têm três autoestradas e nós só temos uma”, constata Almeida Henriques na terceira edição do Fórum Desafios e Oportunidades que teve como mote principal o “Desenvolvimento Económico da Região”.
João Cotta, presidente da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV) concorda com o edil na questão da acessibilidade e frisa que “é necessário apostar na requalificação do IP3 e na ferrovia”, até porque a região de Viseu tem uma “baixa produtividade” e é importante “apostar na captação de investimento”, refere.
O distrito de Viseu é responsável por 50% da produção nacional de maçã, mas não é só através da agricultura que se deve o sucesso industrial de Viseu. As 4.553 empresas da região dedicam-se sobretudo ao cluster automóvel e aos setores farmacêutico, têxtil e metalúrgico.
A Visabeira, a empresa com maior peso na cidade de Viseu, espelha bem o exemplo que no interior do país também existem boas oportunidades, apesar dos desafios inerentes. Nuno Marques, CEO do Grupo Visabeira, frisa que é com “orgulho” que a sede da Visabeira está localizada em Viseu e confessa que mudá-la para outra cidade está fora de questão. Um dos objetivos do grupo passar por “dinamizar o desenvolvimento da região” e, por isso, pretende “manter e reforçar em Viseu aquele que é o centro de comando”, refere. A Visabeira tem um volume de negócios de 745 milhões de euros e emprega, só na sede de Viseu, mais de 800 pessoas.
A verdade é que a cidade, o concelho e toda a região de Viseu desenvolveu-se porque os empresários apostaram aqui. Não há nenhuma região que se desenvolva se não existir fixação de riqueza.
Gilberto Coimbra, presidente do conselho de administração da Gialmar e presidente do Clube Desportivo de Tondela, corrobora que existem desafios, mas também oportunidades no interior e defende que a cidade de Viseu é fortemente atrativa.
O autarca de Viseu está consciente que existem “fatores de atratividade que podem ser ainda incrementados”, mas não deixa de fazer o reparo que ainda existe muito a fazer e interroga: “Como é que alguém se fixa num território que não tem acesso à internet ou que não tem banda largar?“. Questões pertinentes que na opinião do presidente da Câmara Municipal de Viseu são “políticas públicas nacionais que valem a pena ser desenvolvidas”, dificultando assim a captação de pessoas ao interior.
Ainda assim, Almeida Henriques desta a qualidade de vida na região de Viseu e destaca a resiliência do território: “Viver hoje na região já não é um constrangimento, mas sim um privilégio”, conclui.
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