BCE mantém juros em mínimos históricos. Sinaliza corte depois do verão
Instituição liderada por Draghi lançou as fundações para os estímulos à economia da Zona Euro. Abriu a porta a cortar juros, implementar um sistema para mitigar efeitos e relançar compra de dívida.
As taxas de juro de referência na Zona Euro vão manter-se em mínimos históricos. O Banco Central Europeu (BCE) decidiu não fazer alterações na reunião de política monetária desta quinta-feira, em Frankfurt. No entanto, sinalizou que poderá vir a fazê-lo nos próximos doze meses e que prepare o relançamento da compra de dívida.
Atualmente, a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento continua em 0%, enquanto as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez e à facilidade permanente de depósito permanecerão em 0,25% e -0,40%, respetivamente.
“O Conselho de Governadores espera que as taxas de juro do BCE se mantenham nos níveis atuais ou mais baixos pelo menos até à primeira metade de 2020 e, em qualquer caso, enquanto seja necessário para assegurar a contínua convergência da inflação para o objetivo, a médio prazo”, anunciou, em comunicado.
As tensões comerciais, o risco do Brexit, a inflação anémica e a desaceleração económica levaram o BCE a mudar de discurso, garantindo que está pronto a aplicar estímulos adicionais caso seja necessário. A instituição liderada por Mario Draghi sinalizou que poderá mesmo fazê-lo.
Juros, mitigação e compra de dívida. Todas as opções estão em cima da mesa
A nova declaração que substituiu a anterior, em que o BCE dizia apenas esperar que as taxas de juro diretoras se mantivessem “nos níveis atuais”, confirma as expetativas. Antes da reunião, o mercado estava a apostar num corte nos juros, atribuindo alguma probabilidade a que Draghi a fizesse já, mas com maior certeza de acabará por fazê-lo ainda este ano.
Se o fizer em setembro, será no último encontro dirigido pelo italiano, antes de ser substituído pela francesa Christine Lagarde. Apesar de esperado, o corte poderá penalizar a rentabilidade da banca, o que já tinha levado alguns analistas a anteciparem que seja anunciado também um sistema que amorteça o impacto e o BCE confirmou agora estar a estudar a hipótese. Mas estas não são as únicas opções em que está a pensar.
“O Conselho de Governadores deu instruções aos comités relevantes do Eurossistema para avaliarem opções, incluindo formas de reforçar a forward guidance em relação à política de taxas de juro, medidas de mitigação como um sistema escalona para as remunerações das reservas e opções para o tamanho e composição de potenciais novas compras líquidas de ativos“, acrescentou o BCE.
Após três anos de compra líquida de dívida pública e privada da Zona Euro, o BCE passou o programa de aquisição de ativos para uma nova fase, no final de 2018. Desde o início do ano que têm decorrido apenas reinvestimentos dos montantes que atingem as maturidades. Agora, poderá voltar atrás e voltar à fase de compra líquida de títulos.
(Notícia atualizada às 13h05)
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