Itália. Movimento 5 Estrelas coloca governo de coligação em referendo online
A petição tem como objetivo saber se os militantes do Movimento 5 Estrelas concordam ou não com as linhas programáticas apresentadas por Conte para um governo de coligação com o Partido Democrático.
Os militantes do Movimento 5 Estrelas (M5S) começaram esta terça-feira a votar numa plataforma online para decidir se aceitam integrar um governo de coligação com o Partido Democrático (PD) liderado pelo primeiro-ministro indigitado Giuseppe Conte.
Até ao final da tarde desta terça-feira, os militantes do M5S (antissistema) utilizarão a plataforma de Internet (“Rousseau”) para dizerem se concordam com as linhas programáticas apresentadas por Conte para um governo de coligação com o PD (centro-esquerda).
Conte anunciou no domingo que tenciona apresentar uma equipa governativa até quarta-feira, para colocar fim a uma crise política desencadeada pela dissolução do anterior Governo, também liderado por si, após divergências entre os partidos que o integravam: M5S e o Partido Liga (extrema-direita).
O presidente do M5S, Luigi Di Maio, assegurou que não existirá coligação sem o consentimento maioritário dos militantes, apresentando-lhes os 20 pontos que Conte apresentou, depois de reuniões prévias com ambos os partidos da aliança.
“Do bloqueio ao aumento do IVA e do salário mínimo, da redução da carga tributária à ajuda a famílias e deficientes, do acabamento dos incineradores de lixo à perfuração offshore, desde a reforma da justiça até à lei sobre conflitos de interesse e o retirar de concessões de rodovias (da empresa Autostrade)”, Di Maio considera que os principais pontos de governação estão incluídos no documento para análise e votação ao longo do dia desta terça-feira.
O programa também fala sobre a questão polémica da imigração e segurança, que até agora dividiu o M5S e o PD, uma vez que o movimento antissistema tinha compactuado com a política de portos fechados promovida pelo ministro do Interior do seu anterior parceiro do governo, Matteo Salvini (do Partido Liga).
Na secção económica, o documento refere a necessidade de “um orçamento expansivo (até 2020) com a neutralização do aumento do IVA”, de “redução de impostos sobre o trabalho“, sem mencionar um imposto fixo, mas admitindo “reduzir a carga tributária”.
Entre os pontos em que o M5S e o PD sempre estiveram mais próximos, apesar das inúmeras divergências ideológicas entre as duas forças políticas, inclui-se “a eliminação de todas as formas de desigualdade (social, territorial e de género)”, num programa que apela à introdução da proteção ambiental entre os princípios fundamentais da Constituição.
“Precisamos de uma Europa mais solidária e inclusiva, próxima dos cidadãos”, diz outro dos pontos em análise do programa governamental, relativo à União Européia.
Neste programa surgem ainda dois pontos em que o M5S nunca conseguiu consenso com o Partido de Matteo Salvini, mas que tentará agora fazer passar com o PD: a aprovação de uma lei de conflitos de interesses e a reforma do sistema público de rádio e televisão.
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