Desemprego terá caído para 6,2% em agosto. É mínimo de 17 anos

O INE publicou esta sexta-feira novos dados sobre o mercado de trabalho, numa altura em que se sabe que a economia cresceu mais no primeiro semestre do ano do que se pensava.

A taxa de desemprego terá recuado para 6,2% em agosto, avança esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). No mês passado, o INE tinha revelado que julho teria sido bom para o mercado de trabalho, com a taxa de desemprego a encolher uma décima para 6,5%. Este número era, porém, provisório. E foi agora revisto em baixa para 6,4% na passagem a definitivo.

“Em agosto de 2019, a estimativa provisória da taxa de desemprego foi de 6,2%, tendo diminuído 0,2 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mês anterior, 0,4 p.p. em relação a três meses antes e 0,8 p.p. em relação a agosto de 2018”, escreve o INE, acrescentado que “em agosto de 2019, a população desempregada – cuja estimativa provisória foi de 318,8 mil pessoas – diminuiu 4,2% (13,9 mil) em relação ao mês anterior
(julho de 2019), 6,4% (21,9 mil) relativamente a três meses antes (maio de 2019) e 11,6% (41,9 mil) em relação ao mês homólogo”.

Do lado do emprego – a outra face da população ativa – o INE adianta que, em agosto de 2019, “a estimativa provisória da população empregada correspondeu a 4.862 mil pessoas e aumentou 0,4% (18,2 mil) em relação ao mês anterior, 0,5% (23,1 mil) relativamente a três meses antes (maio de 2019) e 1,1% (54,8 mil) em comparação com o mesmo mês de 2018”.

No mês passado, o INE tinha previsto que julho teria sido um bom mês no mercado de trabalho com uma descida de uma décima na taxa de desemprego face a junho. Esta trajetória foi agora consolidada. Assim, a taxa de desemprego provisória era de 6,5% e na passagem a definitivo passou para 6,4%. Esta revisão em baixa resulta do facto de terem sido detetados mais 3,1 mil pessoas empregadas e menos 4,1 mil pessoas desempregadas.

A indicação de melhoria no mercado de trabalho acontece numa altura em que a revisão da base das contas nacionais ditou uma revisão em alta do crescimento económico na primeira metade do ano.

O Governo prevê que a taxa de desemprego seja de 6,6% em 2019, quatro décimas abaixo do registo do ano anterior. Cinco das oito taxas de desemprego mensal conhecidas até agora ficam abaixo da meta do Executivo.

Evolução da taxa de desemprego

Fonte: INE; Valores em % e corrigidos da sazonalidade

Governo destaca que desemprego caiu para metade na legislatura

O secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, considerou esta sexta-feira que os objetivos para a evolução do mercado de trabalho foram cumpridos na legislatura, destacando que a taxa de desemprego caiu para metade nos últimos quatro anos.

O governante comentava, em declarações à Lusa, os dados definitivos de julho e a estimativa provisória para agosto da taxa de desemprego divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), segundo os quais os valores ficaram em 6,4% e 6,2%, respetivamente.

“Os números do desemprego são positivos, vêm, aliás, na linha do que tem sido a evolução do mercado de trabalho ao longo dos últimos anos”, afirmou Miguel Cabrita, referindo que o aumento do emprego e a diminuição do desemprego registam “volumes correspondentes”.

A estimativa provisória do INE para agosto, de uma taxa de desemprego de 6,2%, é a última estimativa da atual legislatura, pelo que “permite fazer uma comparação com o início da legislatura”, defendeu o secretário de Estado.

O que se verifica é que a evolução do desemprego ao longo destes quatro anos permitiu reduzir para sensivelmente metade a taxa de desemprego com que vamos fechar a legislatura porque em outubro, novembro e dezembro de 2015 estávamos ainda com valores claramente acima dos 12%”, sublinhou Miguel Cabrita.

O secretário de Estado destacou ainda a evolução da taxa de desemprego jovem que, nos últimos quatro anos, desceu de níveis superiores a 30% para taxas “claramente abaixo dos 20%”.

Para Miguel Cabrita, os dados significam que “os objetivos foram cumpridos”, embora haja “desafios para enfrentar”, pois “não quer dizer que todos os problemas estejam resolvidos.

Segundo adiantou, a evolução do mercado de trabalho está alinhada com os vários indicadores que influenciam o emprego, como o crescimento económico, cujos dados foram revistos em alta pelo INE na segunda-feira.

O secretário de Estado afirmou que os resultados devem-se à “política de devolução de rendimentos, ao aumento dos salários e em particular do salário mínimo nacional, mas também a uma dimensão de confiança de todos os agentes económicos, seja dos trabalhadores, das famílias, seja das empresas”.

(Notícia atualizada às 14h05 com declarações do Governo)

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