PS sem maioria absoluta. Livre, Aliança e RIR podem entrar no Parlamento
A dois dias das eleições, sondagens apontam para uma vitória do PS no domingo, mas sem maioria. Pode escolher entre PAN, BE e PCP para formar Governo. Livre, Aliança e RIR podem entrar no Parlamento.
As sondagens são unânimes: o PS não deverá conseguir maioria absoluta nas urnas este domingo António Costa e Rui Rio estão separados por dez pontos. Por outro lado, o Parlamento poderá acolher novos deputados, isto porque Livre, Aliança e RIR poderão conseguir eleger um deputado.
De acordo com a sondagem do ISCTE e ICS para o Expresso e Sic, o PS reúne 38% das intenções de voto, conseguindo eleger entre 104 e 114 deputados, um resultado que representa uma quebra de nove pontos num mês. Já o PSD surge com 28%, o que se poderá traduzir em 73 a 83 mandatos, o que significa que os sociais democratas recuperaram cinco pontos desde o último inquérito, passando de 23% para 28%. A diferença que separa agora os dois maiores partidos é de dez pontos — no início de setembro eram 19 pontos. Com valores diferentes a sondagem da Aximage para o Jornal Económico que coloca António Costa com 36,5% das intenções de voto (101 a 104 deputados) e o PSD com 26,8% (72 deputados), mas também com uma diferença de dez pontos.
Esta melhoria de desempenho do PSD deve-se à “performance de Rui Rio nos debates, à melhoria de desempenho ao longo da campanha e ao facto de haver um efeito de personalização, porque as pessoas quando votam no PS ou no PSD estão implicitamente a escolher o primeiro-ministro”, sublinha o politólogo António Costa Pinto, em declarações à Sic.
O encurtar da margem entre PS e PSD também não é alheio ao caso Tancos e ao facto de o antigo ministro da Defesa, Azeredo Lopes, ter sido constituído arguido e de haver um sms trocado com o deputado socialista, Tiago Barbosa Ribeiro, no qual dizia saber da operação de alegado achamento do material militar roubado dos paióis em Tancos. Aliás, de acordo com a Aximage, 26% dos inquiridos consideram que o caso de Tancos vai ter uma influência “grande” ou “muito grande” nos resultados eleitorais e 23% defendem que a polémica tem uma influência “pequena” ou “muito pequena”.
A confirmarem-se estes resultados António Costa precisará apenas de um partido à esquerda para conseguir formar Governo: Bloco, PCP ou PAN, uma tendência que já se vinha a confirmar desde as últimas sondagens do Correio da Manhã e da TSF.
O Bloco de Esquerda parece cimentar a sua posição enquanto terceira força política conseguindo eleger 25 ou 26 deputados, segundo a Aximage, ou 16 a 24 de acordo com o ISCTE/ICS, que atribui ao Bloco 10% das intenções de voto, mais ou menos o mesmo resultado de 2015, mas que em número de deputados se poderá traduzir por um aumento ou uma diminuição. Na noite de quinta-feira, Catarina Martins sublinhou que se sair mais forte das eleições, na segunda-feira, “o BE contará para novas soluções que partem precisamente de onde a gerigonça parou”, ou seja, “um novo começo”.
Já o PCP reúne 7% das intenções de voto, aproximando-se do 8,3% de há quatro anos, mas poderá acabar por perder lugares na banca, já que poderá eleger 9 a 15 deputados. De acordo com a Aximage os comunistas têm 6,6% das intenções de voto, menos 0,2 pontos do que na semana anterior, mas acima dos 5,4% do início de setembro. Mas António Costa tem ainda a possibilidade de tentar um acordo com o PAN, que segundo o ISCTE/ICS, tem 3% das intenções de voto, o que se poderá traduzir em dois a cinco mandatos, aproximando-se do CDS que também poderá eleger cinco a dez deputados (5%).
De acordo com a Aximage, o PAN subiu de 3,6% para 3,8%, mas fica aquém dos 4,9% que chegou a ter no início do mês passado, passando de um para seis deputados.
Uma das novidades destas sondagens reside no facto de o Parlamento poder vir a ter ainda mais partidos além dos atuais sete (a contar com os Verdes). Apesar de na sondagem Expresso/Sic, nenhum dos pequenos partidos conseguir reunir 1% das intenções de voto, os autores do estudo não descartam a hipótese de algum (ou alguns) deles conseguir esse objetivo. As maiores hipóteses são do Livre, cuja cabeça de lista é Joacine Moreira, seguido do RIR, de Tino de Rans, que nas eleições regionais da Madeira conseguiu ser o pequeno partido com mais votos e que, nas presidenciais, obteve mais de 150 mil votos, a maioria no distrito do Porto (onde é agora candidato). O Aliança, do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes (candidato em Lisboa), e o Chega, de André Ventura, também poderão conseguir chegar ao Parlamento.
Tendência semelhante é identificada pela Aximage que assinala uma pequena retração entre os partidos mais pequenos, mas Livre e Chega conseguem 1,3% das intenções de voto, o que poderá bastar para terem representação parlamentar. Já a Iniciativa Liberal vem mais atrás, com 1,1% de intenções de voto.
Veja aqui as fichas técnicas das sondagens do Expresso/Sic e da Aximage.
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