Importações cresceram cinco vezes mais do que exportações no terceiro trimestre
O INE revelou dados sobre a balança de bens. De fora ficam os serviços. O Governo prevê que este ano as vendas totais para o exterior subam 2,9%, abaixo dos 5,4% das compras ao exterior.
As importações de bens cresceram cinco vezes mais que as exportações no terceiro trimestre do ano, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE), com as compras ao exterior a subirem 6,3%, contra 1,2% nas vendas para os mercados externos. Os valores acumulados desde o início do ano mostram uma tendência igual, mas a relação é menos desequilibrada.
Estes valores incluem apenas a balança de bens sendo preciso esperar por dados do Banco de Portugal onde está incluída a balança de serviços, permitindo assim ter uma ideia mais completa das trocas comerciais com o exterior.
No terceiro trimestre, as exportações e importações de bens apresentam uma aceleração face ao trimestre terminado em agosto, quando as importações tinham subido 0,5% e as exportações tinam recuado 3,6%.
Um crescimento superior das importações face às exportações tem sido uma nota dominante no desempenho da economia portuguesa, que com a recuperação do investimento tem aumentado as necessidades de compras junto dos mercados externos. Na quinta-feira, a Comissão Europeia destacava isso mesmo.
Para o conjunto do ano, o Governo espera que as exportações totais (onde estão incluídos bens e serviços) cresçam 2,9% enquanto as importações totais deverão aumentar 5,4%. Entre janeiro e setembro, as importações de bens subiram 7,9% face ao mesmo período do ano anterior, mais de três vezes do que as exportações, que aumentaram 2,5%.
Depois das paragens em agosto, atividade recupera em setembro
O INE revela ainda que depois da paragem para férias em agosto, quando muitas empresas encerram, a atividade retomou em setembro, o que permitiu mais exportações mas também mais importações.
“No que respeita às variações face ao mês anterior, em setembro de 2019 as exportações aumentaram 29,0% (-28,6% em agosto de 2019) e as importações cresceram 23,3% (-24,2% em agosto de 2019). As variações registadas em ambos os fluxos são também resultado principalmente da evolução do comércio Intra-UE (+35,7% nas exportações e +22,4% nas importações).”
“Os aumentos verificados face ao mês anterior podem estar em parte relacionados com a recuperação da atividade por algumas empresas após registarem paragens para férias no mês de agosto“, explica o INE.
Esta evolução acabou por influenciar o desempenho das exportações e das importações quando medida a taxa de variação homóloga mensal. Assim, em setembro, as exportações subiram 5,8% em termos homólogos, mas as importações aumentaram 13,2%. No mês anterior, em agosto, as taxas de variação homóloga tinham sido ambas de -4,5%.
“Em setembro de 2019, o défice da balança comercial atingiu 1.802 milhões de euros, o que representa um aumento do défice de 518 milhões de euros face ao mesmo mês de 2018”, diz o INE.
O instituto estatístico revela ainda que, “em setembro de 2019, tendo em conta os principais países de destino e os principais fornecedores em 2018, destacam-se os acréscimos nas exportações para a Alemanha (+11,8%) e para França (+9,4%). Os aumentos nas importações provenientes de Espanha, França e Alemanha são os que mais se destacam (+8,6%, +33,8% e +14,3%, respetivamente), sobretudo de Combustíveis e lubrificantes de Espanha e de Material de transporte de França e Alemanha”.
(Notícia atualizada às 11h45 com mais informação)
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