Mira Amaral defende exploração do lítio. “É um material muito valioso”
"Não podemos deixar de explorar os nossos recursos naturais", diz ex-ministro da Indústria e Energia. "Dá-me impressão que neste país tudo o que tenha algum potencial de exploração é posto em causa".
O ex-ministro da Indústria e Energia Luís Mira Amaral considera que a exploração do lítio “tem de ser feita de acordo com as leis” e que, se assim for, Portugal não pode deixar de “explorar os recursos naturais”.
À margem do II Congresso Internacional de Negócios, a decorrer em Aveiro, o atual presidente dos conselhos da Indústria e Energia da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), disse ter “consciência de que o país tem umas reservas interessantes de lítio”, um metal “muito importante” e que tem tido “uma procura crescente”, nomeando a “eletrificação a frota automóvel com mais veículos elétricos”.
“Obviamente que a exploração em Portugal tem de ser feita de acordo com as leis de exploração mineira e com a legislação ambiental. Se for feito de acordo com isso, não podemos deixar de explorar os nossos recursos naturais”, afirmou.
Mira Amaral frisou que esta opinião é meramente pessoal e a CIP não “tomou nenhuma posição na matéria”, insistindo que, se “a legislação implica estudos de impacto ambiental”, então que se façam os estudos.
“O que os estudos de impacto ambiental dizem é o que é preciso fazer e as medidas de mitigação, o que não quer dizer que o estudo de impacto ambiental num sítio ponha em causa outros sítios e a possibilidade de exploração nesses sítios. O estudo de impacto ambiental não põe em causa todo o país. Tem de se ver caso a caso”, prosseguiu.
"Dá-me impressão que neste país tudo o que tenha algum potencial de exploração parece que é posto em causa. Tem de ser feito de acordo com a legislação e regras ambientais do país, ponto final.”
De acordo com o ex-ministro, o lítio “é um material muito valioso” e um “recurso natural que vale a pena pensar na sua exploração” e questionou a desconsideração do mesmo, numa altura em que se fala de “aproveitar recursos naturais”.
“Dá-me impressão que neste país tudo o que tenha algum potencial de exploração parece que é posto em causa. Tem de ser feito de acordo com a legislação e regras ambientais do país, ponto final. É isto que acontece nos países desenvolvidos”, concluiu.
O lítio, o mais leve dos metais, tem vindo a assumir crescente importância na economia mundial, devido ao seu papel no processo de transição energética em curso, nomeadamente na mobilidade elétrica e no armazenamento de energia.
O interesse pelo lítio português despertou em 2016, ano em que deram entrada 30 novos pedidos de prospeção e pesquisa deste metal, impulsionado pelo aumento da procura global devido à utilização nas baterias do automóvel elétrico.
Desde então, várias associações ambientalistas, câmaras municipais e população já se pronunciaram contra a prospeção e exploração de lítio, com o Governo a defender, por outro lado, que aquele recurso é essencial para a transição energética.
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