Moody’s revê para “negativa” a perspetiva para o sistema bancário europeu
A agência de notação alterou a perspetiva de evolução do sistema bancário europeia de "estável" para "negativa", devido ao “enfraquecimento do crescimento económico em grande parte da região”.
A agência de notação financeira Moody’s reviu esta terça-feira em baixa, de “estável” para “negativa”, a perspetiva de evolução do sistema bancário europeu devido ao “enfraquecimento do crescimento económico em grande parte da região”.
“O ‘outlook’ [perspetiva de evolução] para os bancos europeus mudou de ‘estável’ para ‘negativo’, porque o enfraquecimento das perspetivas económicas em grande parte da região irá levar à deterioração da qualidade do crédito e da rentabilidade”, lê-se num relatório anual publicado esta quarta-feira pela Moody’s.
Segundo a agência de notação, o “outlook” para os bancos da zona euro é ‘negativo’ porque “o abrandamento económico e a continuada política monetária acomodatícia vão desgastar a já fraca rentabilidade”.
No Reino Unido, a perspetiva para o sistema bancário é também negativa devido às incertezas em torno do Brexit, que a Moody’s diz estarem a “enfraquecer as condições de operação e a abrandar a procura de empréstimos”.
Já para os bancos do Norte da Europa, Europa Central e de Leste e da Comunidade dos Estados Independentes (CIS, que abrange uma dezena de países que integravam a antiga União Soviética) “a perspetiva mantém-se estável, já que o ambiente operativo continua a ser favorável”.
“Os sistemas bancários do Reino Unido e da Alemanha respondem pela maior quota de ativos bancários na região e lideram o ‘outlook’ negativo geral”, afirma a diretora da Moody’s para o segmento da banca, citada no comunicado.
Na zona euro, “o crescimento económico mais fraco irá penalizar as oportunidades de investimento e, se as tensões comerciais escalarem – entre os EUA e a China ou entre os EUA e a União Europeia – haverá uma deterioração ainda mais acentuada”, considera a Moody’s, acrescentando que, “no Reino Unido, a intensa competitividade e as baixas taxas de juro irão penalizar a rentabilidade, mas a solidez do capital e a ampla liquidez vão mitigar os riscos”.
Quanto aos países nórdicos, “o crescimento económico irá abrandar, mas continuar favorável”, com “a qualidade do crédito e do capital a permanecerem robustos, mas a rentabilidade a começar a ficar sob pressão devido às baixas taxas de juro e aos crescentes custos”.
Na Europa Central e de Leste, a Moody’s prevê que o crescimento económico “abrande, mas ainda assim se mantenha acima do da zona euro, trazendo oportunidades de negócio para os bancos”, e antecipa ainda que “o forte crescimento do crédito irá enfraquecer a solidez do capital e as reservas de liquidez”.
Já nos países da CIS, “as condições de operação irão manter-se estáveis, apesar do abrandamento económico”, com “os créditos problemáticos a continuarem a diminuir e a rentabilidade a beneficiar de necessidades mais baixas de provisões para crédito mal parado”.
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