Reorganização na Generali Seguros abrange 54 trabalhadores. Mais 25 aderem ao plano da empresa

  • Lusa e ECO Seguros
  • 12 Dezembro 2020

Numa ação de protesto contra o plano da empresa, o sindicato do setor (Sinapsa) questiona os argumentos para o despedimento e diz que a seguradora devia ter optado por requalificações profissionais.

O despedimento coletivo em curso na Generali Seguros vai abranger um total de 54 trabalhadores, alguns dos quais manifestaram-se em protesto em Lisboa, tendo mais 25 aderido ao plano de rescisões por mútuo acordo lançado pela empresa.

Segundo um comunicado divulgado pela Generali, que em Portugal opera as marcas Tranquilidade, Açoreana e LOGO, “a rescisão do contrato de trabalho abrange 54 colaboradores de um universo de cerca de 1.100 trabalhadores”, sendo que “25 outros colaboradores aproveitaram este processo de reorganização interna para voluntariamente solicitarem a rescisão dos respetivos contratos de trabalho”.

A decisão de “avançar para um plano voluntário de rescisões contratuais, seguido de um programa de cessação de contratos de trabalho por iniciativa da empresa”, é justificado com a “implementação de um modelo organizacional assente numa estrutura empresarial única, em consequência da aquisição da Seguradoras Unidas pela Generali, que em Portugal detinha a Generali Companhia de Seguros e a Generali Vida”.

“A junção das companhias originou uma duplicação de funções e redundâncias que importa gerir a bem do futuro da companhia, de modo a responder aos desafios de solidez, competitividade e sustentabilidade financeira, preparando-a para enfrentar as atuais e futuras condições de mercado”, sustenta a empresa no comunicado.

Para o Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (Sinapsa) – que organizou frente à empresa, em Lisboa, uma concentração com alguns dos trabalhadores incluídos no despedimento coletivo para exigir a manutenção dos postos de trabalho – estes argumentos não justificam o recurso ao despedimento coletivo.

“Este setor de atividade deu 199 milhões de euros de lucro no primeiro semestre de 2020. Mesmo nesta altura de pandemia, esta empresa conseguiu ter, de janeiro a setembro, um aumento de produção de 2% (que passou de 825 para 838 milhões de euros) e é, neste momento, a terceira seguradora, com uma quota de mercado de 13%”, afirmou o dirigente sindical Jorge Martins em declarações à agência Lusa.

Salientando que, com a pandemia, “está mais do que comprovado que o volume de sinistros diminuiu drasticamente”, o dirigente do Sinapsa antecipa que, conjugando a subida da produção com a diminuição dos sinistros, “a empresa vai ter, certamente, lucros de milhões”.

A este facto acresce, segundo Jorge Martins, a “redução drástica dos custos operacionais” da empresa, já que “os trabalhadores estão desde março maioritariamente em teletrabalho”.

“A empresa quer manter um despedimento 54 trabalhadores porquê? Que impacto é que isto tem? Vão recuperar a empresa? Porque não foram estudadas outras medidas, como requalificações profissionais, que é um dos procedimentos legais que o Código do Trabalho prevê?”, questiona.

Considerando não haver argumentos financeiros ou de sustentabilidade para que “uma empresa que apresenta lucros de milhões queira levar a cabo um despedimento coletivo”, o dirigente sindical acusa o grupo de estar a “esvaziar as empresas” que integra: “Ao longo dos últimos cinco anos já são mais de 500 trabalhadores que saíram”, sustenta.

E se para os trabalhadores que até agora foram dispensados “houve o aval do Governo para ser alargada a quota para terem acesso ao Fundo de Desemprego”, Jorge Martins diz que, “neste momento, querem fazer um despedimento coletivo para terem, também, esse mecanismo”.

“O que concluímos é serão todos os contribuintes, através do apoio do Fundo de Desemprego, a sustentar e a suportar estes atos de gestão das empresas, o que é inadmissível e inaceitável nos tempos de hoje”, considerou.

Anunciado aos trabalhadores no passado dia 4 de novembro, o processo de rescisões contratuais na Generali prevê, segundo a empresa, “um conjunto de compensações aos colaboradores envolvidos claramente acima do estabelecido pela lei”.

Adicionalmente, o grupo segurador diz ter lançado “um esquema de proteção na saúde, manutenção de condições favoráveis nos seguros pessoais e no acesso aos serviços de ‘outplacement’ para apoio na reintegração no mercado de trabalho ou, dependendo das circunstâncias, na programação da passagem para uma situação de reforma ativa”.

“A Generali Seguros considera que este movimento é absolutamente inevitável para que, no âmbito da sua reorganização, a empresa possa enfrentar com firmeza e êxito os desafios que se lhe colocam de forma a continuar o seu crescimento e a manter-se na liderança do mercado segurador português”.

Em 1 de outubro, as seguradoras Tranquilidade e Generali concluíram o processo de fusão das suas atividades em Portugal, depois de em janeiro passado o grupo italiano ter comprado a companhia Seguradoras Unidas (que integrava as marcas Tranquilidade, Açoreana e Logo) e a prestadora de serviços de saúde AdvanceCare, num negócio que a agência de informação financeira Bloomberg estimou em 600 milhões de euros — as partes envolvidas não divulgaram o montante.

O grupo segurador Generali, que tem operação em 50 países no mundo, está presente em Portugal desde 1942.

A Tranquilidade pertencia ao Grupo Espírito Santo (GES) e passou na resolução do Banco Espírito Santo (BES) para o Novo Banco. Em 2015, foi comprada pelo fundo de investimento Apollo, num negócio em torno de 215 milhões de euros.

Já em 2016, a Apollo ficou com a Açoreana, seguradora que pertencia ao Banif antes da resolução do banco, e formou o grupo Seguradoras Unidas, juntando as marcas Tranquilidade, Açoreana e Logo.

Foi esse grupo, que já tinha passado por vários processos de reestruturação, com a saída por acordo de centenas de trabalhadores, que a Generali Seguros comprou no início deste ano.

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EUA aprovam vacina da Pfizer após pressões políticas

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2020

Donald Trump anunciou que a vacinação contra a covid-19 vai começar "em menos de 24 horas", num vídeo divulgado na rede social Twitter.

A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, em inglês), que regula a comercialização de fármacos nos Estados Unidos, autorizou o uso da vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer para prevenir a covid-19, após pressões políticas.

O anúncio foi feito pela diretora científica da agência norte-americana, depois de o processo de aprovação ter sido notícia devido às pressões políticas da Casa Branca, que ameaçou demitir o responsável da FDA, caso o organismo não aprovasse a utilização da vacina até ao final de sexta-feira.

Segundo o diário norte-americano Washington Post, o chefe de Gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, ordenou à Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) que apressasse o processo de aprovação da vacina da Pfizer e da alemã BioNTech contra o SARS-CoV-2. Caso contrário, o comissário da FDA, Stephen Hahn, deveria demitir-se.

O jornal citava várias fontes associadas a este processo sob a condição de anonimato, precisando que a ‘ameaça’ de Washington fez com que a aprovação fosse apressada.

No mesmo dia, o Presidente cessante dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, utilizou a rede social Twitter – um hábito que mantém a um mês e meio de abandonar a Casa Branca – para dizer que a FDA “continua a ser uma tartaruga grande, velha, lenta”. Coloque a porcaria das vacinas cá fora já, Dr. Stephen Hahn. Deixe-se de brincadeiras e comece a salvar vidas”, criticou Trump.

Em comunicado, consultado pela agência Lusa, a FDA explicou na sexta-feira que estava a “trabalhar rapidamente no sentido da finalização e emissão de uma autorização de utilização de emergência”.

Donald Trump anunciou que a vacinação contra a covid-19 vai começar “em menos de 24 horas”, num vídeo divulgado na rede social Twitter.

A pandemia continua a assolar os Estados Unidos, que são há vários meses o país com o maior número de mortos (294.690) e também de infeções confirmadas (mais de 15,8 milhões).

Trump – derrotado nas eleições presidenciais de 3 de novembro pelo candidato democrata e agora Presidente eleito, Joe Biden – fez da rápida aprovação de uma vacina contra a covid-19 uma das bandeiras da campanha eleitoral, assegurando sucessivamente que seria distribuído um fármaco eficaz antes do final do ano e que os Estados Unidos seriam o primeiro país a receber a vacina.

Contudo, tal não se verifica, uma vez que o Reino Unido foi o primeiro país a começar a campanha de vacinação, da mesma vacina que, depois da pressão da Casa Branca, foi agora aprovada em território norte-americano.

Agência do medicamento dos EUA nega pressões para aprovar vacina

A agência norte-americana do medicamento, FDA, negou este sábado qualquer “pressão” política para aprovar rapidamente a primeira vacina contra a covid-19 e relativizou os riscos da toma por pessoas com “alergias graves”.

“Trabalhámos rapidamente devido à urgência que esta pandemia representa, não devido a qualquer pressão externa”, disse o diretor da Food and Drug Admnistration (FDA), Stephen Hahn, numa videoconferência de imprensa.

A FDA emitiu na sexta-feira uma autorização de emergência para a vacina Pfizer/BioNTech e lançou uma gigantesca operação logística para a distribuir por todo o território norte-americano.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a vacina “passou o padrão de excelência de segurança” e prometeu que a primeira vacina será administrada hoje.

Horas antes do anúncio da autorização, o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, disse ao diretor da FDA que podia ser despedido se a autorização não ocorresse até ao final do dia, segundo relatou um responsável ao jornal Washington Post e à agência Associated Press, na condição de não ser identificado.

Na videoconferência de imprensa de hoje, Stephen Hahn assegurou que a rapidez da autorização não põe em causa a seriedade das verificações, sublinhando que os testes clínicos prosseguem e são realizados com “importantes controlos de segurança”.

Na mesma conferência, um outro responsável da FDA, Peter Marks, relativizou a contra-indicação da toma da vacina por pessoas com alergias graves, depois da deteção de dois casos no Reino Unido esta semana.

“Quero tranquilizar a opinião pública”, disse. Essas reações “não foram constatadas nos dados dos vastos testes clínicos” e a FDA vai “continuar a seguir de muito perto” todos os dados.

Peter Marks frisou que a vacina só será desaconselhada a pessoas que já tenham tido “reações alérgicas graves” a componentes desta vacina ou de vacinas semelhantes, e não a todo o universo de pessoas com alergias graves.

Cerca de 1,6% da população já teve uma reação alérgica grave causada por alimentos ou condições ambientais. Não queremos que tantas pessoas sejam privadas de uma vacina”, afirmou.

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A TAP é o Novo Banco “com asas”? As diferenças (e as parecenças) entre os dois processos

A ajuda do Estado à TAP tem sido comparada às injeções no Novo Banco. Há diferenças e parecenças, desde os valores em causa às formas de ajuda. Certo é que terão impacto no défice e na dívida pública.

Desde que o Governo decidiu ajudar a TAP no início da pandemia que se fazem comparações com o Novo Banco. Apesar de serem negócios e processos diferentes, ambos absorvem dinheiros públicos para sobreviverem às dificuldades que enfrentam, apesar de teoricamente terem de devolver esses montantes no longo prazo. No caso do Novo Banco, a “fatura” direta do Estado poderá chegar aos 8,4 mil milhões de euros enquanto a da TAP poderá ir até aos 3,7 mil milhões de euros. As reais “faturas” para o erário público estão em aberto, dependendo de uma série de fatores.

Esta sexta-feira, na conferência de imprensa de apresentação do plano de reestruturação, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, fez a comparação política entre os dois dossiers para justificar a defesa de uma votação no Parlamento: “Hoje sabemos que a TAP precisa de um quadro de intervenção de estabilidade e previsibilidade. O que aconteceu com a maioria que decidiu travar as transferências para o Novo Banco… Vemos hoje que o Parlamento pode a qualquer momento travar transferências [para a TAP]“, justificou.

Se por um lado comparou para mostrar semelhanças, Pedro Nuno Santos usou depois o Novo Banco para mostrar as diferenças: “Porque é que a TAP não é um Novo Banco nem vai ser? Na TAP somos nós que lá estamos. A gestão da TAP é da responsabilidade do Estado“, argumentou o ministro das Infraestruturas. De facto, a gestão passará a ser do Estado a partir de agora, mas até ao momento (desde 2016) a gestão tinha ficado maioritariamente nas mãos dos privados.

Pouco tempo depois, em reação, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), apontou que “já nos compararam inclusivamente aos bancos que foram também sujeitos a reestruturações“. E pegou nessa comparação para dividir o grupo TAP da parte que explora exclusivamente os voos: “Na verdade, podemos comparar a TAP S.A. ao ‘banco bom’, e TAP SGPS, o grupo, ao ‘banco mau’. Neste momento, a TAP S.A. é credora da TAP SGPS, num valor enorme, porque a TAP S.A. produziu a riqueza que permitiu cobrir muitas despesas e negócios ruinosos efetuados pela TAP SGPS”, disse Alfredo Mendonça, presidente da entidade.

O PSD, o maior partido da oposição, também já disse que teme que a TAP se transforme num “Novo Banco com asas” e no mais importante debate do Parlamento, o debate do Estado da Nação, Rui Rio apelidou as empresas de “dois monstros de proporções gigantescas”, tendo chegado a admitir recentemente a liquidação da TAP caso a empresa não mostre que tem viabilidade no futuro.

Sendo assim, a questão coloca-se: o que é igual e diferente no processo da TAP e no do Novo Banco? Do impacto no défice e na dívida ao mecanismo de ajuda, passando pelos valores e as regras europeias, além dos acionistas de cada empresa, o ECO explica-lhe as diferenças e as parecenças entre os dois processos.

Quanto custará “salvar” o Novo Banco?

No caso do Novo Banco é preciso recuar até 2014, ano em que foi concretizada a resolução do banco. O então BES foi dividido em dois, o banco ‘mau’ e o banco ‘bom’, o Novo Banco, no qual foram injetados 4,9 mil milhões de euros por parte do Fundo de Resolução, uma entidade pública que vive das contribuições do setor bancário. Contudo, como as contribuições dos bancos — o FdR, que foi criado em 2012, tinha 380 milhões em 2014 — não eram suficientes, o Estado teve de emprestar o remanescente, cerca de 4,5 mil milhões de euros, os quais vieram da linha de capitalização para os bancos do empréstimo da troika.

Posteriormente, ao abrigo do acordo feito com as autoridades europeias, o Novo Banco tinha de ser vendido, caso contrário era liquidado. Em 2017, foi oficializada a venda ao fundo norte-americano Lone Star com condições: o fundo americano injetava mil milhões de euros, sendo criado um mecanismo de capital contingente de 3,9 mil milhões de euros que obriga o Fundo de Resolução a injetar dinheiro para repor os rácios do Novo Banco em caso de perdas com um conjunto de ativos (até 2020 foram usados três mil milhões). Mais uma vez, como o FdR não tem contribuições da banca suficientes, o Estado tem emprestado anualmente ao FdR para cumprir o contrato. Ao todo, a “fatura” pode ir, para já, até aos 8,4 mil milhões de euros.

E quanto custará “salvar” a TAP?

No caso da TAP, o plano de reestruturação prevê uma ajuda de, no máximo, 3.725 milhões de euros entre 2020 e 2024. Em 2020, o Estado já emprestou 1.200 milhões de euros à transportadora aérea e prevê-se que seja dada, “em princípio” (segundo o Governo), uma garantia pública entre 970 a 1.164 milhões de euros em 2021.

Além disso, este ano o Estado também gastou 55 milhões de euros para comprar a posição de David Neeleman e a Azul na TAP, ficando com 72,5% do capital da empresa. Acresce que, se se recuar a 2016, ano em que o Estado voltou a ficar com uma posição na TAP após a privatização, o Estado desembolsou 1,9 milhões de euros e o acordo com os acionistas privados definiu que o Estado constituiu uma garantia da dívida financeira da TAP no valor de 615 milhões de euros. Ao todo, a “fatura” poderá ir até aos 4.396 milhões de euros se incluirmos a renacionalização (parcial) de 2016 e a compra da posição de Neeleman.

Ambos têm impacto no défice?

Sim, tanto o Novo Banco como a TAP têm impacto no défice porque, apesar de serem empréstimos (em teoria têm de ser devolvidos), como são empresas com situações debilitadas as autoridades estatísticas tendem a registar já no saldo orçamental o impacto das operações por ter dúvidas sobre a recuperação dos valores. No Novo Banco tem sido assim todos os anos. O tratamento estatístico da TAP ainda não está definido, mas antecipa-se que vá tanto ao défice como à dívida pública.

No caso das garantias, estas servem para a TAP financiar-se junto do mercado ou banca, mas podem vir a ser acionadas (ou seja, o Estado terá de pagar) no futuro se a empresa não tiver capacidade para reembolsar o empréstimo. No caso do empréstimo feito pelo Estado à TAP, o Jornal de Negócios noticiou em agosto que a empresa poderia converter os 1,2 mil milhões de euros em capital. Caso tal aconteça, e os restantes acionistas não acompanhem o Estado, a posição pública na empresa aumentará, mas o Estado não receberá o empréstimo de volta e haverá uma perda efetiva (já contabilizada no défice de 2020).

Tanto o Novo Banco como a TAP vão marcar os Orçamentos?

Tal como o Novo Banco tem sido um assunto anual nos Orçamentos do Estado, a TAP também deverá passar a ser uma vez que o plano de reestruturação — se for aprovado pela Comissão Europeia — prevê ajudas (em principio garantias estatais, mas podem ter outra forma) até 2024. No caso do Novo Banco, o mecanismo de capital contingente está quase a ser esgotado e o CEO do banco, António Ramalho, indiciou que a injeção de 2021 poderá ser a última.

No Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021), o Governo previa uma garantia estatal de 500 milhões de euros para a TAP no próximo ano. Agora com o plano de reestruturação já se sabe que o valor poderá ser o dobro, mas se for em forma de garantia não será necessário um retificativo uma vez que o Parlamento autorizou o Executivo a prestar garantias até um máximo de cinco mil milhões de euros, o que permite acomodar esta necessidade adicional para a transportadora aérea.

Quem detém cada empresa?

No caso do Novo Banco, o Lone Star ficou com 75% do capital, sendo que os restantes 25% pertencem ao Fundo de Resolução. Esta é uma entidade pública, mas vive das contribuições da banca. No caso da TAP, o Estado tinha 50% do capital antes da pandemia, mas para viabilizar a empresa comprou a posição de David Neeleman e da Azul, ficando com 72,5% do capital. Os restantes 27,5% dividem-se da seguinte forma: 22,5% para o português Humberto Pedroso e 5% estão nas mãos dos trabalhadores.

Ao abrigo de que regras estão a ser ajudadas estas empresas?

Ambas as operações tiveram de ser escrutinadas pela Comissão Europeia através da Direção-Geral da Concorrência (DGComp), cuja liderança política continua a ser da comissária dinamarquesa Margrethe Vestager. Como se tratam, ainda de formas diferentes, de ajudas de Estado — as quais são limitadas pelas regras europeias, tal como acordadas entre todos os Estados-membros –, era necessária a aprovação por parte da Comissão, que tem o poder executivo de fazer cumprir as regras da UE. No caso do Novo Banco, sendo um banco de transição e já tendo recebido ajudas públicas em 2014, este teria de fazer uma reestruturação e depois ser vendido (ou liquidado, o que poderia ter consequências para a banca e a economia), para evitar distorções da concorrência

Por estar em dificuldades antes da crise pandémica, a TAP não é elegível ao Quadro temporário da Comissão relativo aos auxílios estatais (criado na sequência da pandemia), destinado a apoiar empresas europeias que de outro modo seriam viáveis. Assim, a empresa será ajudada pelo Estado português ao abrigo das regras gerais para os auxílios estatais de emergência e à reestruturação. Estas permitem que haja um apoio desde que seja limitado no tempo e no seu âmbito. Não se sabe que implicação terá para o futuro da TAP em concreto. Tal só deverá saber após a negociação em Bruxelas do plano de reestruturação apresentado esta sexta-feira pelo Governo.

O que implica o plano de reestruturação?

No essencial, a ajuda de Estado é aprovada se a empresa conseguir provar que tem viabilidade futura, o que implica a apresentação de um plano de reestruturação. Foram fixadas metas ao Novo Banco, o que incluía a redução de pessoal e agência, a venda de subsidiárias e outros negócios. Na TAP, o plano original (que poderá ser modificado nas negociações com Bruxelas) define uma redução dos postos de trabalho, dos aviões em circulação e a alienação de negócios, como é o caso de uma operação de manutenção no Brasil.

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Pode circular entre concelhos, mas tem de estar em casa a partir das 13h nestes 113 concelhos

As regras mudaram. Este fim de semana, ao contrário dos anteriores, acaba a proibição de circulação entre concelhos, mas nos 113 concelhos de maior risco o recolher obrigatório é mais cedo.

Pode sair do seu concelho? E andar na rua? Este fim de semana há novas regras por causa da pandemia do novo coronavírus, que continua a fazer muitas vítimas em Portugal. Não há proibição de circulação entre concelhos, mas nos concelhos de risco mais elevado há obrigatoriedade de recolher obrigatório mais cedo.

A proibição de circulação entre concelhos desapareceu, voltando apenas nas épocas festivas. Este fim de semana os portugueses vão poder circular livremente pelo país, mas nem todos poderão fazê-lo até à mesma hora.

Enquanto nos concelhos de risco moderado (num total de 73), em que o número de novas infeções é inferior a 240 por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, e nos de risco elevado (que são agora 92), é possível circular na rua até às 23h00, naqueles em que o vírus está mais ativo, a restrição começa mais cedo.

Nos 113 concelhos de risco muito e extremamente elevado, enquanto aos dias de semana é proibição de circulação na via pública a partir das 23h00, nos fins de semana essa proibição está em vigor entre as 13h00 e as 5h00.

Neste sentido, também os estabelecimentos comerciais têm de fechar portas a essa hora, às 13h00, podendo as mercearias manter as portas abertas. Os restaurantes terão de trabalhar em regime de take-away ou delivery.

Estes são os concelhos de risco muito e extremamente elevado:

  1. Águeda
  2. Aguiar da Beira
  3. Alandroal
  4. Albergaria-a-Velha
  5. Alcanena
  6. Alfândega da Fé
  7. Alijó
  8. Almada
  9. Amarante
  10. Amares
  11. Anadia
  12. Ansião
  13. Arcos de Valdevez
  14. Arouca
  15. Aveiro
  16. Azambuja
  17. Baião
  18. Barreiro
  19. Boticas
  20. Bragança
  21. Caminha
  22. Cantanhede
  23. Cartaxo
  24. Castelo Branco
  25. Castelo de Paiva
  26. Celorico de Basto
  27. Chamusca
  28. Cinfães
  29. Condeixa-a-Nova
  30. Covilhã
  31. Crato
  32. Cuba
  33. Estarreja
  34. Figueira da Foz
  35. Gondomar
  36. Gouveia
  37. Guarda
  38. Ílhavo
  39. Lamego
  40. Lisboa
  41. Loures
  42. Maia
  43. Manteigas
  44. Marco de Canaveses
  45. Matosinhos
  46. Miranda do Douro
  47. Mirandela
  48. Mortágua
  49. Mourão
  50. Murça
  51. Murtosa
  52. Oliveira de Azeméis
  53. Oliveira do Bairro
  54. Ovar
  55. Pampilhosa da Serra
  56. Penacova
  57. Ponte da Barca
  58. Ponte de Lima
  59. Porto
  60. Rio Maior
  61. Sabugal
  62. Sardoal
  63. Sátão
  64. Seia
  65. Serpa
  66. Soure
  67. Tarouca
  68. Torre de Moncorvo
  69. Torres Vedras
  70. Vale de Cambra
  71. Valongo
  72. Viana do Castelo
  73. Vila Nova de Gaia
  74. Vila Nova de Paiva
  75. Vila Pouca de Aguiar
  76. Vila Real
  77. Vila Verde
  78. Vimioso
  79. Armamar
  80. Barcelos
  81. Belmonte
  82. Braga
  83. Cabeceiras de Basto
  84. Chaves
  85. Espinho
  86. Esposende
  87. Fafe
  88. Felgueiras
  89. Freixo de Espada à Cinta
  90. Gavião
  91. Guimarães
  92. Lousada
  93. Macedo de Cavaleiros
  94. Marvão
  95. Miranda do Corvo
  96. Mondim de Basto
  97. Nisa
  98. Paços de Ferreira
  99. Paredes
  100. Penafiel
  101. Portalegre
  102. Póvoa de Lanhoso
  103. Póvoa de Varzim
  104. Santa Maria da Feira
  105. Santo Tirso
  106. São João da Madeira
  107. Trofa
  108. Valença
  109. Valpaços
  110. Vieira do Minho
  111. Vila do Conde
  112. Vila Nova de Famalicão
  113. Vizela

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Ministro diz que comandantes da TAP ganham até 260 mil euros por ano

Ministro das Infraestruturas diz que a TAP tem trabalhadores com salários superiores ao de companhias concorrentes, como a Iberia. E deu exemplos dos vencimentos auferidos pelos comandantes.

A TAP vai passar por um processo de reestruturação que obrigará à saída de 2.000 mil pessoas, mas obrigará a cortes salariais para evitar despedimento de mais 600 a 1.000 pessoas da empresa. Os cortes de salário são necessários, até porque, diz Pedro Nuno Santos, a empresa paga salários acima de algumas companhias concorrentes, apontando alguns valores. Os comandantes ganham até 260 mil euros por ano, revela.

Os despedimentos na TAP, previstos no plano de reestruturação, “não passam dos 2.000”. “Há depois um corte salarial que permite poupar entre 600 a 1.000, mas se não for possível, chegará aos 3.000”, afirmou o ministro das Infraestruturas em entrevista à SIC Notícias.

E o governante lembra, como tem dito o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, a importância de haver cortes salariais. “Eu não disse que salários [da TAP] estavam acima da média europeia”, precisou, mas atirou: os “salários [da TAP estão] acima dos de algumas concorrentes, como a Iberia“, algo que é importante corrigir para garantir a sustentabilidade da empresa mesmo depois da reestruturação.

Instado a concretizar essa afirmação, Pedro Nuno Santos revelou diferenças salariais de 18% até 85% nos vencimentos de tripulantes da TAP em comparação com os da Iberia. E, recorrendo às suas notas, apresentou alguns valores brutos anuais que são pagos a alguns dos trabalhadores da companhia que agora é controlada pelo Estado.

  • Oficial Piloto com 1 ano na TAP – 80 mil euros/ano
  • Comandante com 10 anos na TAP – 185 mil euros/ano
  • Comandante com 20 anos na TAP – 241 mil euros/ano
  • Comandante com 30 anos na TAP – 260 mil euros/ano

Depois de apresentar estes valores, questionado sobre se achava que os valores pagos eram elevados, Pedro Nuno Santos respondeu com uma pergunta em tom de ironia: “Que acha?”.

O ministro salientou que a TAP tem “um custo unitário superior a concorrentes como a Iberia”, reforçando a necessidade de cortar nos salários de alguns profissionais da empresa.

Questionado sobre se os despedimentos poderiam poupar os trabalhadores com vencimentos mais baixos, Pedro Nuno Santos disse que “haverá saídas em todas as categorias” salariais.

Reestruturação no Parlamento trazia estabilidade

Pedro Nuno Santos quis levar o plano de reestruturação que enviou para Bruxelas ao Parlamento. Essa posição foi defendida pelo ministro das Infraestruturas, mas afastada pelo primeiro-ministro, António Costa.

“Achava que o plano de reestruturação da TAP deveria ir ao Parlamento”, disse na entrevista à SIC Notícias. “Aquilo que achei é que uma intervenção desta dimensão exige estabilidade. Se o Parlamento tem poder de travar transferências [como aconteceu com o Novo Banco], o Parlamento deveria comprometer-se com esta restruturação“, disse. O Parlamento pode dizer “não vai mais um cêntimo para a TAP”, alertou.

"Eu sou conhecido ter falta de coragem? Não sou. Não necessito do colinho de terceiros para tomar as minhas decisões.”

Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas

Confrontado com este choque de ideias com Costa, Pedro Nuno Santos salientou que tem a sua opinião. E defende-a, mesmo que não seja a mesma do primeiro-ministro. “Eu sou conhecido ter falta de coragem? Não sou. Não necessito do colinho de terceiros para tomar as minhas decisões“, atirou. “Imagine que de cada vez que há discordância entre ministro e primeiro-ministro o ministro demitia-se…”.

“Se precisamos de quadro de estabilidade para a companhia [aérea portuguesa], deveríamos querer o compromisso do Parlamento”, mesmo correndo o risco de este chumbar o plano que vai agora ser avaliado pela Comissão Europeia. “Se o Parlamento chumbasse, tínhamos de viver com essa decisão”, que impossibilitaria a continuidade da TAP.

(Notícia atualizada às 23h40 com mais informação)

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Wall Street sem rumo perante impasse no Congresso, Brexit e Covid-19

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2020

No conjunto da semana, todos estes índices fecharam em perda, com o Dow Jones e o Nasdaq a desvalorizarem 0,5% e o S&P 500 a encolher 1%.

A bolsa nova-iorquina encerrou sem rumo, sob a influência negativa da ausência de progressos nas negociações de um plano de apoio à economia, e com a primeira baixa semanal em três semanas.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice Dow Jones Industrial Average avançou 0,16%, para os 30.046,37 pontos.

Ao contrário, o tecnológico Nasdaq perdeu 0,23%, para as 12.377,87 unidades, e o alargado S&P 500 cedeu 0,13%, para as 3.663,46.

No conjunto da semana, todos estes índices fecharam em perda, com o Dow Jones e o Nasdaq a desvalorizarem 0,5% e o S&P 500 a encolher 1%.

“As negociações em torno de uma nova ajuda económica, se bem que positivas, não vão, por enquanto, a qualquer lado”, comentou Jake Scott, da Schaeffer.

As discussões estão bloqueadas no Congresso sobre os apoios à economia, com democratas e republicanos a manterem as divergências, enquanto as ajudas sociais ligadas ao novo coronavirus expiram no final do mês para milhões de pessoas nos EUA.

Apesar do otimismo em torno da chegada iminente da vacina Pfizer/BioNTech, os EUA, o país mais afetado pela pandemia, acabam de registar mais seis mil mortes, provocadas pela Covid-19, em 48 horas, o que elevou o seu total para as proximidades dos 30 mil óbitos.

“Os dois fatores que pressionam o mercado para baixo são a falta de progresso na frente do relançamento orçamental e as notícias dececionantes vindas do Reino Unido sobre o Brexit”, o processo da saída da União Europeia por parte deste país, disse Karl Haeling, da LBBW.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, admitiu que o fracasso das negociações é “muito, muito, provável”.

Johnson e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deram-se até domingo para definir “o futuro” das negociações.

Também os investidores parecem que se estão a dar uma pausa, depois dos recordes batidos nas últimas semanas.

“Há sinais de entusiasmo excessivo no mercado e os investidores estão algo divididos quanto ao caminho a tomar”, realçou Haeling.

Entre os sinais de entusiasmo talvez desmedido, este investidor apontou as introduções em bolsa da Airbnb e do fornecedor de refeições DoorDash.

O título da plataforma de aluguer de alojamento Airbnb, que se estreou na quinta-feira com uma valorização de 113%, fechou hoje em baixa de 3,77%. Também a Doorbash que se estreou a subir 85%, terminou hoje a recuar 5,91%.

“Ninguém sabe verdadeiramente porque é que estas coisas se transacionam a um preço tão alto, tão acima do seu valor”, admirou-se este gestor de investimento na LBBW.

“Mas se o conjunto do mercado estivesse também com esta forte subida, isso dar-me-ia mais preocupações”, relativizou.

De facto, por exemplo, o título da Tesla, depois de vários máximos nos últimos dias, desceu hoje 2,72% e os analistas da Jefferies expressaram o seu ceticismo quanto à capacidade do construtor de veículos elétricos topo de gama dominar o mercado.

Já a Disney subiu 13,59% depois de ter apresentado, na quinta-feira, a sua ofensiva e os seus ganhos na transmissão em contínuo com a Disney+.

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Marcelo “não recebeu plano de reestruturação”, mas diz que faz sentido pagar para ter a TAP

O Presidente da República defende que se deve apoiar a TAP, adiantando, ainda assim, que não tem na sua posse o plano de reestruturação.

O Presidente da República e também candidato a um novo mandato, Marcelo Rebelo de Sousa, defende que se deve apoiar a TAP e não deixar a companhia aérea cair, nomeadamente devido às “comunidades portuguesas”, em entrevista no Jornal da Noite. Quanto ao plano de reestruturação, Marcelo admite que ainda não o recebeu.

Questionado sobre se a companhia deve existir, Marcelo reitera que sim, “por comunidades portuguesas”. “Ninguém substituiria isso, já nem falo no insular porque aí é mais discutível”, defende. Para o Presidente, deve-se também pesar as necessidades da TAP num momento em que a pandemia se juntou às dificuldades que já eram sentidas.

“Tem de se pagar o preço da reestruturação”, defende Marcelo, apontando que quem tem competência para tal é o Governo. A Assembleia da República teria uma palavra a dizer se o Orçamento do Estado para 2021 não comportasse esta despesa, que pode chegar a 3,7 mil milhões de euros até 2024, mas “foi dito que comporta”.Se comporta, Assembleia discute”, mas não delibera, reitera Marcelo.

Marcelo sublinhou ainda que se trata de uma realidade que não foi apenas portuguesa, “está a acontecer com outras companhias”. Questionado sobre o facto de as outras companhias aéreas estarem ao abrigo do mecanismo no âmbito da Covid-19, ao contrário da TAP, o Presidente apontou que “não era possível recorrer a outro meio em Bruxelas”.

(Notícia atualizada às 21h40)

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TdC “tem limites” na capacidade de fazer a auditoria a “uma matéria tão sofisticada” como o Novo Banco, diz Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa diz que não foi consultado sobre a auditoria ao Novo Banco pelo Tribunal de Contas, mas alerta que este tribunal tem limites na capacidade de executar esse trabalho.

Marcelo Rebelo de Sousa criticou a demora da auditoria da Deloitte ao Novo Banco. Depois deste exame, o Parlamento decidiu solicitar um novo raio-x ao banco liderado por António Ramalho, tendo esta sido pedida ao Tribunal de Contas (TdC). O Presidente, e candidato às Presidenciais, deixa o alerta quanto à tarefa hercúlea que esta entidade tem em mãos.

Questionado, no Jornal da Noite da SIC, sobre a necessidade desta nova auditoria ao Novo Banco, solicitada pelos deputados, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que não teve palavra neste novo exame. “Foi uma deliberação da Assembleia da República… Não pediram opinião ao Presidente”, atirou Marcelo.

Ao mesmo tempo, lembrou que este é um trabalho difícil. E que poderá estar além das capacidade da entidade liderada por José Tavares. “O TdC tem limites, com o devido respeito, relativamente a uma matéria tão sofisticada” como o Novo Banco, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa nesta entrevista.

É com esta perspetiva que se tem colocado a questão sobre se esta auditoria estará, ou não, concluída a tempo do cumprimento do acordo entre o Estado e a Lone Star, que prevê a injeção anual de montantes necessários para suprir necessidades de capital, ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

Questionado sobre o timing, Marcelo Rebelo de Sousa não quis responder diretamente à dúvida, mas lembrou que o “cheque” só terá de ser passado “em meados do ano que vem”.

(Notícia atualizada às 21h27 com mais informação)

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Portugal regista recorde de mortes por Covid-19. Quatro gráficos que mostram a evolução da pandemia

O número de mortes por Covid-19 tem vindo a ser elevado, atingindo um recorde esta sexta-feira. Há mais internados do que na primeira vaga e óbitos continuam a centrar-se nos mais velhos.

Portugal registou esta quinta-feira o maior número de mortes diário devido à Covid-19, 95 em 24 horas, de acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de vítimas mortais tem sido elevado nos últimos dias, comparativamente com a primeira vaga, sendo que têm sido também mais os infetados que têm de ser internados.

O país demorou cerca de dois meses a atingir a fasquia das mil mortes por Covid-19, como consequência da primeira vaga, e outros cinco meses a ultrapassar outro milhar. Mas de 1 de novembro a 1 de dezembro, o total de vítimas fatais da pandemia passou de 2.544 para 4.577, tendo superado, no dia 7 deste mês, as cinco mil mortes.

Evolução do número de mortes por coronavírus

Número diário de mortes por coronavírus

Os óbitos têm assim avançado a um ritmo mais rápido nos últimos tempos, numa altura em que as temperaturas são baixas e em que existe também um maior número de internados. O pico de internamentos na primeira vaga ocorreu a 16 de abril, quando 1.302 camas estavam ocupadas com doentes infetados por Covid-19.

Já nesta segunda vaga, o ritmo de internamentos começou a avançar e a superar os dois mil doentes a partir de novembro, sendo que o máximo até agora foi de 3.367. O número de internados em unidades de cuidados intensivos (UCI) tem também acompanhado esta evolução, chegando a estar um máximo de 536 pessoas nesta situação.

Esta sexta-feira, dia em que se registou o número mais alto de mortes diárias, encontravam-se 3.230 doentes em internamento, dos quais 507 em UCI.

Evolução dos internamentos

Evolução dos internamentos com Covid-19

Foi também revelado

Quanto à caracterização das mortes, a grande maioria, 96%, tem mais do que 60 anos. Os mais velhos são mesmo os mais afetados por esta doença, sendo que dois terços dos óbitos correspondem a pessoas acima dos 80 anos. Não existem dados relativos aos doentes que tinham comorbilidades, mas esse é também outro fator que influencia a intensidade da Covid-19.

Entre as faixas etárias mais novas, até aos 19 anos, ocorreu apenas uma morte, uma bebé com quatro meses que tinha Covid-19 e outras “condições associadas”, segundo indicou a ministra da Saúde na altura. Já na distribuição por género, registam-se mais óbitos devido ao coronavírus entre homens, exceto na camada acima dos 80 anos, sendo de sublinhar que existem também mais mulheres no país.

Total de óbitos por faixa etária e género

No que diz respeito à distribuição pelo país, como seria de esperar, o Norte e Lisboa e Vale do Tejo são as regiões que concentram mais óbitos, sendo também aquelas com maior incidência do vírus. No entanto, existe um maior foco no Norte, onde já se registaram 2.578 mortes desde o início da pandemia, o que corresponde a quase metade do total.

Lisboa e Vale do Tejo contabiliza cerca de um terço das mortes por Covid-19 no país desde março, registando 1.863 óbitos. Por outro lado, as regiões autónomas são as que apresentam um número mais reduzido de vítimas mortais. Nos Açores foram 20 pessoas, enquanto na Madeira se contabilizam apenas três. A primeira morte por Covid-19 na Madeira ocorreu a 1 de novembro, tratando-se de uma mulher de 97 anos que estava hospitalizada.

Número total de mortes por região

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Portugal FinLab lança 3ª edição. Espera adesão de seguradoras e bancos

  • ECO Seguros
  • 11 Dezembro 2020

O Portugal FinLab concluiu a 2ª edição e já abriu candidaturas para 2021. Além de continuar a contar com adesão de startups, espera candidaturas de incumbentes como bancos e seguradoras tradicionais.

A plataforma Portugal FinLab acaba de abrir o período de candidaturas para a edição de 2021. Além de continuar a contar com o habitual interesse de startups do ecossistema financeiro, espera candidaturas de incumbentes (bancos e seguradoras), anunciou a organização constituída pelos organismos portugueses de regulação e supervisão financeira (ASF, BdP e CMVM).

A segunda edição da iniciativa que, desde 2018, assumiu objetivo de promover a aproximação entre empreendedores, reguladores e operadores do sistema financeiro em torno da inovação tecnológica, teve em 2020, pela primeira vez, a participação de uma instituição bancária (Millennium bcp), através do projeto m-contabilidade.

Num webinar promovido para o balanço de 2020 e lançamento de novo ano no hub português de inovação financeira, Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal (BdP), salientou que o número de candidaturas à edição anterior excedeu em mais de três vezes o número de projetos selecionados e, para a 3ª edição, o Portugal FinLab espera atrair mais startups e acolher também candidaturas de players maduros do espaço bancário e segurador.

No evento de formato digital, Manuel Caldeira Cabral, pela ASF, Hélder Rosalino, pelo BdP, e José Miguel Almeida, em representação da CMVM, juntaram-se a alguns dos empreendedores no encontro que encerrou o ano, marcando também o arranque da próxima edição.

Legenda: Calendário 3ª Edição Portugal FinLab


Replicando o modelo das edições anteriores,
a próxima edição do Portugal FinLab reparte-se por duas fases. A primeira (com candidaturas a decorrerem de 11 de dezembro de 2020 até 29 de janeiro de 2021 e correspondente pitch day previsto para início de março), enquanto as candidaturas da 2ª fase correm de 17 de maio a 25 de junho, com pitch previsto para final de julho. Os selecionados de uma e outra fase serão conhecidos no final de março e agosto, respetivamente. As candidaturas ao FinLab são submetidas diretamente no website da organização.

Fazendo a ponte da 2ª para a 3ª edição, o evento incluiu uma talk moderada pelo representante da ASF e enriquecida com intervenções de alguns dos finalistas do programa deste ano. “É importante, enquanto reguladores, aprendermos com a experiência dos candidatos participantes no Portugal FinLab para melhorarmos a relação e o quadro regulatório em que as fintech operam”, disse Manuel Caldeira Cabral, membro da administração da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), durante o período de questões dirigidas aos representantes dos projetos Apres, M-contabilidade e Swood.

Webinar Portugal FinLab: António Fery Antunes, Julia Cohen, Matt Waite

Enquanto representante de um banco incumbente que é próximo de fintechs emergentes, António Fery Antunes (Millennium bcp) salientou a importância dos parceiros tecnológicos para desenvolvimento de novas propostas aos clientes empresariais do banco, nomeadamente na área de contabilidade e conciliação, como foi o caso do projeto (m-contabilidade) acompanhado e selecionado neste 2º Portugal FinLab.

Testemunhando a experiência da participação nesta edição do programa, Julia Cohen (Swood) saudou a experiência na abordagem ao quadro regulatório e a resposta dos reguladores.

Durante a conversa, Fery Antunes referiu-se à problemática da implementação da assinatura digital e sugeriu que organismos representando o Estado, como a AMA (Modernização Administrativa) e IRN (Registos e Notariado) deveriam ser chamados a participar na aceleração do processo de inovação tecnológica.

Por seu lado, Matt Waite (Apres), considerou a participação no Portugal FinLab um processo de validação relevante, prometendo que partilhará testemunho à comunidade fintech. Waite disse que o Portugal FinLab ajudou a amadurecer a forma como encara a regulação, reconhecendo também que o relatório entregue por cada um dos reguladores a cada um dos finalistas, no final do programa, ajudará a startup na abordagem ao mercado e junto de investidores.

De acordo com o documento publicado no final da 2ª edição, o peso do vertical insurtech entre as cerca de trinta selecionadas para o programa desceu aos 6% este ano, face aos 10% do número total de projetos candidatos ao Portugal FinLab em 2019. De acordo com a lista de finalistas selecionados na 2ª fase da edição 2020, predominaram projetos nos segmentos de meios de pagamentos, mercado financeiro e RegTech.

À medida que os projetos candidatos apresentam maior complexidade, agregando diferentes atividades financeiras, beneficiam também do formato da plataforma, que oferece a colaboração conjunta das três entidades reguladoras, salientou Rosalino, citado no relatório que encerrou o Portugal FinLab 2020.

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Nosho e Tiger & Bean vencem 3.ª edição do From-Start-to-Table

A app para marcar mesas de última hora em restaurantes e a marca de produtos saudáveis para crianças e adultos foram os projetos vencedores do programa de aceleração promovido pela Startup Lisboa.

Uma aplicação que ajuda os clientes a encontrar uma mesa de última hora em restaurantes (Nosho) e uma marca que tem como missão criar alternativas mais saudáveis de produtos consumidos por miúdos e graúdos (Tiger & Bean) foram os projetos vencedores da 3.ª edição do programa de aceleração From-Start-to-Table, dedicado a negócios de inovação para restauração e promovido pela incubadora Startup Lisboa. Os dois projetos foram vencedores, respetivamente, nas categorias de “Tecnologia para Restauração” e “Conceitos de Restauração e Produtos de Food & Beverage Sustentáveis”.

Os vencedores foram escolhidos entre 24 projetos finalistas que participaram no programa. 63% dos participantes na edição deste ano são estrangeiros.

Criada pelos portugueses Tânia Figueiredo e Salvador Rodrigues, a Nosho é uma aplicação que tem como objetivo facilitar a marcação de mesa de última hora em restaurantes que são normalmente difíceis de obter reserva, ao mesmo tempo que reabastece lugares vazios em restaurantes. O objetivo do projeto é ajudar a resolver a questão da perda de receita dos restaurantes.

Já a Tiger & Bean foi desenvolvida pelo britânico Robert Brunt e pela sul-africana Dominique Maingard no sentido de criar produtos saudáveis para miúdos e graúdos, “como é o caso do famoso chocolate em pó e leite em chocolate, utilizando um produto desconhecido pelo mercado de massas, a junça”.

Este ano, o programa recebeu mais de 115 candidaturas, 51% na categoria de “Tecnologia para Restauração” e 49% na categoria de “Conceitos de Restauração e Produtos de Food & Beverage Sustentáveis”. Esta foi a primeira vez que o programa foi inteiramente em formato digital, devido aos constrangimentos decorrentes da pandemia. As equipas vencedoras recebem um prémio de 10 mil euros cada uma para ajudar a desenvolver os seus negócios.

“Conseguimos mobilizar um número muito significativo e relevante de pessoas e parceiros deste ecossistema que, com uma enorme generosidade, contribuíram com o seu saber e experiência para darem mentoria, inspirarem e, no fundo, apoiarem estes empreendedores e os seus negócios. Este acompanhamento próximo, a par do intenso trabalho desenvolvido pelos empreendedores, permitiram uma evolução consistente dos projetos, durante estas nove semanas”, explica Miguel Fontes, diretor executivo da Startup Lisboa, citado em comunicado.

Desenvolvido pela incubadora lisboeta, o From Start-to-Table é apoiado pelo Turismo de Portugal. Conta também com o apoio da Delta Cafés, entidade associada da Startup Lisboa, da Sociedade Central de Cervejas e da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

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Presidenciais: Grupo de trabalho elabora processo para quem está confinado poder votar

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2020

Está em curso um trabalho técnico para permitir que quem está em confinamento obrigatório possa votar nas eleições presidenciais em janeiro de 2021.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta sexta-feira que está em curso um trabalho técnico para permitir que quem está em confinamento obrigatório devido à covid-19 possa votar nas eleições presidenciais em janeiro de 2021.

Questionada se já existem orientações para a recolha de votos ao domicílio das pessoas que estão confinadas, Marta Temido adiantou que os procedimentos a adotar para as eleições do dia 24 de janeiro estão a ser elaborados por um grupo de trabalho.

O grupo de trabalho é constituído por representantes dos gabinetes dos secretários de Estado Adjunto e da Saúde, da Administração Interna e da secretária-geral do Ministério da Administração Interna, além do envolvimento de outros serviços do Ministério da Saúde, designadamente a Direção-Geral da Saúde e a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

O grupo tem estado a trabalhar na operacionalização do processo eleitoral e do voto de eleitores que na altura das eleições se encontrem em regime de confinamento obrigatório e pretendam exercer o seu direito. “Continuamos a trabalhar no sentido de garantir que são asseguradas as condições para que o possam fazer”, disse, acrescentando que “é um trabalho técnico que ainda está em curso”.

A ministra falava na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal, e também foi instada a comentar uma notícia da TSF, segundo a qual há mais de 70 anos não se registavam tantos mortos como este ano. Dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, desde a data em que foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19 (02 de março) e 29 de novembro, registaram-se 87.792 óbitos, mais 10.776 que o período homólogo dos últimos cinco anos, 41,8% dos quais por covid-19.

A ministra disse que são números que tem lido “com cuidado”, mas reiterou que só depois de codificadas todas as causas de óbito e encerrado o ano 2020 poderão fazer “uma análise mais fina e detalhada” sobre as causas de morte. “Neste momento, o que fazemos é uma avaliação daquilo que era a mortalidade esperada e aquilo que é a mortalidade efetivamente verificada e sabemos que há quatro períodos em que o comportamento da mortalidade observada é superior àquilo que era a mortalidade esperada”, referiu.

Apontou que o primeiro momento se prende com “o pico da covid-19”, depois há dois momentos relacionados com fenómenos de temperaturas extremas, e agora está a viver-se “um quarto momento de excesso de mortalidade por todas as causas”.

A ministra assegurou que todas as instituições do Ministério da Saúde acompanham há muitos anos estes fenómenos e têm interesse em esclarecê-los, em analisá-los e em procurar os seus fundamentos para evitar que as circunstâncias que são controláveis voltem a repetir-se. “É um trabalho que exige tempo, que exige análise e que neste momento nos dá apenas aquilo que é o comportamento da realidade face a determinadas linhas tendência, não nos dá mais informação”, frisou.

Disse ainda pretender saber se o excesso de mortalidade poderá decorrer de ausência de outros cuidados de saúde no sentido de esclarecer se o Serviço Nacional de Saúde e todas as instituições do sistema de saúde português têm implementado todos os procedimentos para que seja seguro utilizá-las nestas novas circunstâncias.

Deixou ainda um apelo para que as pessoas utilizem o SNS com confiança e desejou que a “breve prazo” se possa retomar a atividade normal e programada nos locais onde isso ainda não foi possível.

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