Ouro dispara para máximos de mais de seis anos com tensão no Médio Oriente
A intensificação da tensão entre os EUA e o Irão levou a onça de ouro a atingir uma cotação máxima de 1.579,72 dólares, fasquia que não era alcançada desde 10 de abril de 2013.
O crescendo da tensão no Médio Oriente está a levar o ouro a ganhar um brilho especial nos mercados internacionais. A cotação do ouro negoceia em máximos de mais de seis anos, com os investidores mais receosos a procurarem refúgio no “metal amarelo”.
O ouro está a negociar nos 1.572,61 dólares por onça, uma subida de 1,37% face à sessão anterior, tendo já estado a negociar nos 1.579,72 dólares nesta sessão, um máximo desde 10 de abril de 2013.
“É uma antecipação do que pode acontecer (entre os EUA e o Irão), que está a ser refletida no mercado. Basicamente, a incerteza de que não sabemos o que vai acontecer”, disse Julius Baer, analista da Carsten Menke, citado pela Reuters, justificando assim o refúgio dos investidores no investimento ouro.
Ouro ganha 3% desde a morte do general Qassem Soleimani
A escalada das cotações do ouro — que também está a atingir o petróleo — acontece depois de o general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, ter morrido na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.
No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.
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