CGTP apela ao primeiro-ministro para negociar salários no Estado antes do Orçamento
Para o líder da CGTP, se as negociações acontecerem após a aprovação do Orçamento, será uma "manipulação" por parte do Governo. Pede encontro antes de 6 de fevereiro.
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, apelou esta sexta-feira à intervenção do primeiro-ministro (PM) para que os sindicatos sejam ouvidos sobre os aumentos salariais na função pública antes da aprovação do Orçamento do Estado (OE2020).
Em declarações aos jornalistas em Braga, à margem do 12.º Congresso da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, Arménio Carlos disse que as negociações após a aprovação do Orçamento serão “uma falta de respeito, uma subversão, uma manipulação e um embuste”.
“Apelamos ao primeiro-ministro para que intervenha e estabeleça o bom senso no que respeita à proposta que foi apresentada pela senhora ministra, para que chame os sindicatos da administração pública antes do dia 06 de fevereiro para discutir com eles aquilo que tem a ver, nomeadamente, com a política salarial“, referiu.
A ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, afirmou esta sexta-feira no Parlamento, em resposta à deputada do PSD Carla Barros, no âmbito da discussão na especialidade da proposta OE2020, que o Governo convocou as estruturas sindicais da administração pública para voltar a negociar a proposta dos aumentos salariais para este ano, de 0,3%.
Os sindicatos foram convocados para 10 de fevereiro, quatro dias após a votação final do Orçamento do Estado para 2020.
“O que se vai discutir? Qual a eficácia dessas negociações com o Orçamento já aprovado? Isso não se faz”, criticou Arménio Carlos.
Para o líder da CGTP, se as negociações acontecerem mesmo após a aprovação do Orçamento estar-se-á perante uma “manipulação” por parte do Governo, “que procura passar a ideia de abertura para negociar” quando na prática já definiu os valores do aumento.
“Se quer efetivamente negociar com seriedade esta matéria dos salários, tem de ser antes da votação final do Orçamento“, sublinhou.
O 12.º Congresso da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais ficou marcado pela passagem de testemunho de Ana Avoila a Sebastião Santana na coordenação da Frente Comum.
Na sua intervenção, Sebastião Santana disse que o aumento salarial proposto pelo Governo é “ridículo e ofensivo” e vincou que a Frente Comum não desistirá de lutar pelo aumento de 90 euros para todos os trabalhadores.
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