Investimento angolano é bem-vindo desde que “no respeito da legalidade”, diz Marcelo sobre os Luanda Leaks

O Presidente da República de Portugal não quis comentar as recentes revelações sobre Isabel dos Santos. Mas disse que o investimento estrangeiro no país é bem-vindo "no respeito da legalidade".

O Presidente da República considera que o investimento angolano “continua a ser bem-vindo” em Portugal. Contudo, Marcelo Rebelo de Sousa considera que apenas o é desde que “no respeito da legalidade”.

A partir de Jerusalém, Marcelo Rebelo de Sousa foi instado a reagir às recentes revelações dos Luanda Leaks, que expuseram como Isabel dos Santos terá enriquecido às custas do dinheiro público de Angola. No entanto, não quis tecer considerações em concreto, por ser uma “matéria que envolve” o poder judicial.

“Não cabe ao Presidente da República nem aos órgãos do poder político estarem a pronunciar-se”, afirmou, em declarações transmitidas pela RTP3. “O Presidente da República não vai dizer o que pensa da intervenção do Ministério Público num determinado caso, ou de uma entidade reguladora”, reforçou.

O chefe de Estado português também foi questionado sobre se continua a ver com bons olhos o investimento angolano em Portugal. “Eu disse que, em geral, o investimento vindo desse país, ou de outros países, de todo o mundo, é bem-vindo. Naturalmente, no respeito da legalidade. E continua a ser bem-vindo”, reconheceu Marcelo Rebelo de Sousa.

Este domingo, um consórcio internacional de jornalistas de investigação, representado em Portugal por um jornalista do Expresso, expôs mais de 715 mil documentos do universo de Isabel dos Santos. A fuga de informação revelou esquemas fraudulentos que enriqueceram a empresária e filha do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, às custas do erário público de Angola.

Isabel dos Santos já negou todas as acusações e vai recorrer à justiça para repor o que considera ser “a verdade”. No entanto, os cinco negócios suspeitos, que envolvem a Sonangol, uma joalharia suíça e os nomes de empresas como EuroBic, Unitel e Galp, já provocaram ondas de choque.

O EuroBic anunciou o corte de relações com Isabel dos Santos e, na PwC, auditora que facilitou negócios da empresária, Jaime Esteves decidiu abandonar o departamento de fiscalidade. Já o gestor Mário Leite da Silva, ligado à empresária angolana, está de saída do Banco de Fomento de Angola, cujo mandato termina este ano.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h57)

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