Amazon e Cortefiel. Foi no retalho que o Santander encontrou talento para liderar banco digital
Openbank entrou recentemente em Portugal e, em três gestores, apenas um vinha da banca. A apostar no futuro, o banco digital três vezes mais funcionários tecnológicos do que banqueiros.
Ele veio da Amazon e ela da Cortefiel. Mas foram os escolhidos para liderar o banco de digital do Santander que chegou agora a Portugal. Com uma forte aposta tecnológica, o Openbank é o banco digital do grupo que tem três vezes mais funcionários tecnológicos do que bancários.
“O Openbank é a Tesla do Santander”. A descrição foi feita pelo CEO Ezequiel Szafir, esta terça-feira na apresentação do banco em Portugal. Usando o exemplo dos automóveis, o argentino explica que a aposto no banco digital por parte do Santander tem como base um investimento numa tendência de futuro: a digitalização financeira. E essa convicção reflete-se no staff — em cinco centenas de funcionários, 150 são de banca e 400 de tecnologia — e na liderança do Openbank.
Szafir chegou à liderança do banco há três anos e foi nessa altura que se estreou no setor financeiro. “Nunca tinha trabalhado num banco“, reconhece. Antes deste cargo, o doutorado em psicologia foi vice-presidente da Amazon Europa no Luxemburgo, tendo também desempenhado funções de diretor de estratégias e operações para a Europa na Nike ou de jornalista financeiro em Buenos Aires.
“A banca de hoje é diferente do que vai ser dentro de dez anos. O grupo Santander sabe que vai ter de ser muito bom na banca digital“, diz o CEO sobre o Openbank, que tem atividade principal em Espanha, tendo expandido para Portugal, Alemanha e Holanda no final do ano passado. Atualmente, tem 10 mil milhões de euros em depósitos, 1,3 mil milhões de euros em ativos sob gestão e 1,3 milhões de clientes.
Em três pessoas que lideram o banco, duas não vêm da banca. Tal como Szafir, também a diretora geral Patricia Benito saiu do grupo Tendam (dono das marcas Cortefiel, Pedro del Hierro, Springfield, Women’Secret e Fifty Factory) — onde era chief digital officer, ou seja, responsável pela estratégia de e-commerce — em 2015, para se juntar à equipa do banco.
Mas a gestora já tinha passado pelo setor financeiro, enquanto auditora na KPMG ou vice-diretora financeira da Carrefour. Atualmente, além do cargo de liderança que ocupa, Benito é também uma peça chave na estratégia de igualdade do banco, onde é presidente do women’s club.
A exceção no trio é Gonzalo Pradas, head of wealth management, que ocupava anteriormente o cargo de diretor executivo e gestor de vendas do UBS Zurich para a América latina. “O que é importante é que nos respeitamos uns aos outros”, disse Pradas sobre os diferentes backgrounds dos vários gestores.
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