Coronabonds? “Nenhuma solução possível foi excluída”, diz Centeno
Após mais uma reunião do Eurogrupo, ministros das Finanças não chegaram ainda a acordo sobre a emissão de coronabonds. Será preciso mais trabalho porque nenhuma solução foi excluída, disse Centeno.
Terminou mais uma reunião do Eurogrupo sem que os ministros das Finanças da Zona Euro tenham chegado a um entendimento em relação às coronabonds — títulos de dívida emitidos por uma entidade ao nível europeu. Mário Centeno adiantou que será preciso mais trabalho perante a falta de consenso. Ainda assim, o português sublinhou que nenhuma solução foi posta de lado.
“A posição que temos no Eurogrupo é de que vamos precisar de continuar a trabalhar. Nenhuma solução possível foi excluída”, disse o presidente do Eurogrupo esta terça-feira depois de uma reunião que durou cerca de duas horas.
Em conferência de imprensa, Mário Centeno deixou sinais de que não vai desistir da ideia. Até porque, lembrou, considerações sobre risco moral (moral hazard) não se colocam nesta crise — ao contrário do que aconteceu aquando da crise da dívida soberana. “Temos um choque simétrico e externo”, explicou.
O comissário europeu da Economia, o italiano Paolo Gentiloni, concordou com a visão de Mário Centeno. “Temos várias ferramentas em cima da mesa, as coronabonds é uma delas. Temos de continuar as discussões e construir um consenso. Todas as decisões precisam de um nível consenso e coordenação que não tivemos até agora. Só assim podemos também discutir ferramentas adicionais como as coronabonds”, disse o italiano que também participou na reunião.
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Se o tema das coronabonds gerou divergência, mais pacífica foi a questão das linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla em inglês). Esta matéria obteve mesmo um amplo consenso entre os ministros das Finanças do euro, anunciou Mário Centeno.
“Há amplo apoio para considerar uma salvaguarda de suporte a crises pandémicas com base num instrumento de precaução existente no ESM como uma linha de crédito com condições reforçadas (ECCL, sigla em inglês)”, frisou Centeno.
O ESM apresenta-se com uma capacidade de financiamento no valor de 410 mil milhões de euros, o equivalente a 3,4% do PIB da Zona Euro.
Segundo foi anunciado por Mário Centeno, cada país poderá pedir empréstimos ao ESM através destas linhas o equivalente até 2% do seu PIB, embora este seja apenas um valor de referência.
“Isto forneceria uma linha de defesa adicional para o euro e funcionaria como seguro para nos proteger contra essa crise”, disse o presidente do Eurogrupo.
A questão será colocada sobre a mesa dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que reunirão na próxima quinta-feira no Conselho Europeu por videoconferência, centrado no reforço da resposta da União Europeia à crise provocada pela pandemia de Covid-19.
(Notícia atualizada às 21h48)
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