Rio disponível para viabilizar orçamento suplementar
O líder do PSD abriu a porta a uma aprovação de um Orçamento Suplementar no Parlamento, mas rejeita a possibilidade de passar cheques em branco ao Governo.
O presidente do PSD está disponível para viabilizar uma proposta de Orçamento suplementar para este ano destinada a responder à crise económica na sequência da pandemia do novo coronavírus, dizendo mesmo que politicamente terá grande latitude para a aceitar. Esta posição foi transmitida por Rui Rio em entrevista à RTP, depois de confrontado com o cenário de o Governo apresentar uma proposta de Orçamento retificativo para este ano, hipótese que afastou, desde logo do ponto de vista técnico.
“Não vai haver orçamentos retificativos de certeza absoluta, garanto-lhe que não vai haver orçamentos retificativos. Vai haver orçamentos suplementares”, contrapôs o líder social-democrata, economista de formação académica, nesta entrevista conduzida pelo jornalista Carlos Daniel.
Rui Rio justificou, depois, que a apresentação de um Orçamento retificativo, “como o nome indica, é para retificar qualquer coisa” e um Orçamento suplementar “é para acrescentar, e forte”. “Portanto, vai haver Orçamento suplementar. É absolutamente inevitável. Eu não vou passar um cheque em branco [ao Governo]. Apesar de toda esta solidariedade, não vou passar cheques em branco ao Governo. Mas eu quero viabilizar”, frisou.
Neste ponto, o presidente do PSD foi ainda mais longe, dizendo que pretende viabilizar essa eventual proposta do executivo. “Quero que o Governo apresente um Orçamento suplementar que seja viabilizável, porque tem de ser. E vamos ter uma latitude muito grande para aceitar o Orçamento suplementar”, declarou.
Rio deixou, no entanto, uma ressalva: “Não vamos aceitar tudo e mais alguma coisa – aí, também, calma”. “Vamos manter o rigor agora, sabendo nós que o rigor é um rigor de dar muito dinheiro a muita gente, mas tem de ser”, acrescentou.
“Sociedade vai ter de debater um governo de salvação nacional”
O presidente do PSD considerou, por outro lado, que, quando a questão da recuperação económica se tornar a prioridade, com a melhoria da situação de saúde, vai ter de se debater a composição de um Governo de salvação nacional. “Quando vier a economia para o primeiro lugar, então estou convencido de que a sociedade portuguesa vai ter de debater efetivamente a composição de um Governo de salvação nacional. O Governo que vier – pode ser o mesmo, como é lógico – vai ser sempre de salvação nacional”, declarou Rui Rio em entrevista à RTP.
No entanto, de acordo com o líder social-democrata, “neste momento a prioridade não é pensar sobre isto”, porque se coloca “a parte sanitária em primeiro lugar”.
Questionado sobre a possibilidade de um cenário de Bloco Central, com PS e PSD no Governo, ou a formação de um Governo de salvação nacional para responder à crise económica do país, Rio fugiu à pergunta. “A isso não lhe vou responder sim, não lhe vou responder não, não lhe vou responder talvez. Não penso nada sobre isso, porque neste momento a prioridade não é pensar sobre isto”, alegou.
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