Gestores em teletrabalho: Vendas de carros caíram 50%. “Estamos a preparar a saída da crise” 100% em teletrabalho, diz CEO da Renault Portugal
Pandemia "não podia deixar de ter impacto nas vendas" da Renault. Fabrice Crevola reconhece a crise, mas está focado no pós-crise, motivando a equipa e ajudando a rede de concessionários da marca.
O Covid-19 paralisou o país. Com o estado de emergência, grande parte das empresas fechou, sendo que milhões de portugueses estão confinados às suas habitações por forma a tentar travar a propagação do vírus. A Renault Portugal continua a trabalhar, mas “desde o dia 16 de março 100% dos colaboradores estão em regime de teletrabalho“, diz Fabrice Crevola em entrevista para a rubrica Gestores em teletrabalho, do ECO. E a preparar a saída de uma crise que, para já, cortou a metade as vendas.
“Os trabalhadores da Renault Portugal têm pleno conhecimento das suas funções e antes de 16 de março criámos as condições para que todos possam desempenhar, em teletrabalho, as suas funções”, conta o administrador-delegado da Renault Portugal. Todos, incluindo Fabrice Crevola, que tem sobre si a responsabilidade de conduzir a marca num contexto de forte crise, à distância. É que “o atual contexto não podia deixar de ter um impacto nas vendas”, diz.
“A obrigação de confinamento e as consequentes restrições à atividade da nossa rede comercial” levaram a uma quebra expressiva das vendas da marca líder no mercado nacional há mais de duas décadas. “Para o mês de março a quebra do mercado automóvel em Portugal, em comparação com o ano anterior, rondará com certeza os 50%. A diminuição nas vendas das marcas do grupo Renault terá uma dimensão semelhante”, alerta.
"Para os próximos meses, e sendo quase certo que as condições se irão manter, a quebra [nas vendas de automóveis no mercado nacional] terá certamente uma dimensão ainda superior [à de 50% registada em março].”
Março, mês em que entraram em vigor as medidas do estado de emergência, foi um mês negro para as vendas de automóveis — também o será para a produção de veículos em Portugal –, mas os próximos tempos não serão melhores.
“Para os próximos meses, e sendo quase certo que as condições se irão manter, a quebra terá certamente uma dimensão ainda superior“, reconhece o gestor ao ECO.
Motivar equipas, apoiar a rede de concessionários
“Apesar do significativo abrandamento é importante manter a atividade em funcionamento”, diz Fabrice Crevola, afastando para já qualquer decisão relativamente à necessidade de a Renault Portugal recorrer ao lay-off como têm feito algumas empresas e, prevê-se, que muitas mais o façam — o Governo estima que um milhão de trabalhadores possam entrar neste regime durante a crise. “Não há nada decidido nesse sentido”, diz.
“É importante manter uma equipa motivada, uma organização capaz de responder às questões do quotidiano e a trabalhar, desde já, para o momento em que iremos sair desta crise sanitária”, atira o responsável. “É preciso gerir o presente e, talvez mais importante, preparar o momento da saída desta crise”, diz.
É preciso gerir o presente e, talvez mais importante, preparar o momento da saída desta crise.
Neste sentido, além de procurar motivar os colaboradores para superar esta crise, Fabrice Crevola avançou com medidas no sentido de apoiar financeiramente a rede da marca, vital para regressar ao business as usual no pós-crise.
“Já tomámos, por exemplo, medidas muito concretas para assegurar a perenidade da nossa rede de distribuição (concessionários e agentes) num período em que a redução da atividade tem um grande impacto a nível da tesouraria“, conta ao ECO.
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