Lufthansa reduz frota em 42 aviões e termina atividade da Germanwings
A direção da companhia aérea apontou que “não se espera um retorno rápido do setor do transporte aéreo aos níveis de antes da crise”.
A companhia aérea alemã Lufthansa vai reduzir o tamanho da sua frota em 42 aviões e fechar a sua subsidiária Germanwings, na sequência da paragem quase total da sua atividade, causada pela pandemia de covid-19.
A direção da companhia, em comunicado citado pela AFP, afirmou que “não se espera um retorno rápido do setor do transporte aéreo aos níveis de antes da crise”. “O levantamento total das restrições de viagem durará meses” e o retorno da procura “anos”, precisou a Lufthansa no comunicado.
O grupo alemão não detalhou o impacto nos postos de trabalho da sua reestruturação, mas prometeu que “o objetivo é resguardar o máximo de empregos possível”, adiantando que as discussões com os sindicatos devem “iniciar-se rapidamente”.
Confrontada com a quebra drástica do tráfego aéreo, como resultado da pandemia da covid-19, o grupo alemão conta “reduzir de forma permanente as capacidades de transporte”, com a retirada da atual frota de 763 aeronaves de 42 aviões de médio e longo curso.
O número inclui seis Airbus A380, o maior avião comercial do mundo, cuja venda ao construtor já estava “prevista, de qualquer maneira, a partir de 2022”, de acordo com a Lufthansa. Onze Airbus A320, sete A340-600 e cinco Boeing 747-400 serão também retirados da frota da Lufthansa, e a subsidiária Germanwings deve perder dez Airbus A320.
“As operações de voo da Germanwings serão paradas”, acrescentou a companhia num comunicado. A Germanwings já estava há alguns anos integrada na subsidiária de baixo custo (‘low cost’) Eurowings, e o grupo Lufthansa já tinha anunciado anteriormente a intenção de a fazer desaparecer.
Os sindicatos do grupo Lufthansa manifestaram hoje a sua inquietação face à aceleração da extinção da Germanwings no contexto da pandemia, denunciando, numa carta aberta, o “sacrifício de alguns” na reestruturação. “Nenhuma filial da Lufthansa é responsável pela crise”, escreveram os sindicatos do grupo, evocando o “perigo existencial” com que são confrontados os empregados.
Com 87.000 empregados na companhia aérea, mais de 60% do pessoal está ou será inscrito em programas de interrupção parcial do trabalho (‘lay-off’), 62.000 dos quais na Alemanha. A quase totalidade dos voos de passageiros foi suprimida, no quadro de um plano de emergência colocado em prática até 19 de abril.
A capacidade de transporte, ou seja, o número de lugares disponíveis nos aviões, ficou reduzido a apenas 5% e 700 dos 763 aviões estão atualmente parados em vários aeroportos.
IATA estima que 25 milhões de empregos estejam em risco na aviação
A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, em inglês) estima que a pandemia de covid-19 possa colocar 25 milhões de empregos em risco, sobretudo na Ásia e na Europa, segundo um comunicado divulgado esta terça-feira.
Segundo a IATA, a queda a pique da procura por viagens aéreas poderá afetar a vida de cerca de 65,5 milhões de pessoas, que dependem da indústria da aviação, incluindo 2,7 milhões de empregos nas companhias aéreas. “Num cenário de restrições apertadas às viagens que tenha a duração de três meses, a investigação levada a cabo pela IATA calcula que 25 milhões de empregos na aviação e setores relacionados estejam em perigo em todo o mundo”, indicou a organização.
A IATA estima que a região mais afetada seja a Ásia/Pacífico, com 11,2 milhões de empregos em risco, seguida da Europa, com 5,6 milhões de empregos, da América Latina (2,9 milhões), América do Norte (dois milhões), África (dois milhões) e Médio Oriente (900 mil empregos).
No mesmo cenário de três meses de paragem, a IATA estima que as receitas anuais das companhias aéreas registem um decréscimo de 252 mil milhões de dólares (233 mil milhões de euros), uma quebra de 44%, face aos valores de 2019. No segundo trimestre, de acordo com a associação, a procura caiu 70%, originando perdas de 61 mil milhões de dólares (56 mil milhões de euros).
A IATA apela aos governos por “ajuda financeira imediata”, incluindo “apoio financeiro direto”, “empréstimos, garantias e apoio” no lançamento de instrumentos como obrigações e um “alívio fiscal”. “Não há palavras para descrever adequadamente o impacto devastador da covid-19 na indústria da aviação”, disse o diretor-geral e presidente executivo da IATA, Alexandre de Juniac, citado no comunicado. “As companhias aéreas têm que ser negócios viáveis, para que possam liderar a recuperação, quando a pandemia for contida”, sublinhou.
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