Petróleo dispara 9% com acordo entre sauditas e russos para corte recorde
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados estão reunidos em videoconferência esta quinta-feira em Viena. Em cima da mesa estará uma redução de 20 milhões de barris por dia.
Os maiores produtores de petróleo do mundo estarão próximos de fechar um novo acordo para cortes na produção. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outros aliados estão reunidos em videoconferência esta quinta-feira e em cima da mesa estará uma redução de 20 milhões de barris por dia.
O grupo conhecido como OPEP+ está em negociações depois de a Arábia Saudita (líder da OPEP e maior produtor dentro do grupo) e a Rússia (principal país aliado mas fora do cartel) terem entrado num desacordo que lançou uma guerra de preços. O conflito, gerado pela falta de consenso para responder à pandemia de Covid-19, pôs fim à estratégia conjunta que durava há três anos. Mas menos de duas semanas depois, os países voltaram às negociações.
Fontes dos produtores garantiram à Reuters que já há acordo entre as duas potências. O cenário que estará a ser debatido com os restantes países é o de um corte de 20 milhões de barris por dia, o equivalente a 20% da produção mundial. “É um acordo global”, disse a mesma fonte à agência.
A expectativa sobre o corte recorde na produção está a impulsionar os preços da matéria-prima. O Brent negociado em Londres dispara 7% para 35,08 dólares por barril e o crude WTI avança 9%, para 27,27 dólares por barril.
Brent negoceia acima dos 35 dólares
A cotação do petróleo inverteu de forma expressiva nos últimos dias, após ter tocado o valor mais baixo em 18 anos. É que o fim do acordo aconteceu na mesma altura em que o surto de Covid-19 penaliza de forma agressiva a procura por petróleo. As medidas anunciadas de forma global para travar a disseminação do vírus resultaram numa queda de 30 milhões de barris por dia do lado do consumo.
Assim, o corte recorde não será, apesar de tudo, suficiente para travar o impacto da pandemia no mercado petrolífero. A OPEP tinha convidado outros países para negociar uma estratégia conjunta, com destaque para os EUA, mas Donald Trump recusou.
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