Rio explica que qualquer Governo vai ser de salvação nacional
O presidente do PSD explicou que qualquer que seja o próximo Governo será de "salvação nacional" devido ao estado em que a atual crise pandémica vai deixar a economia portuguesa.
O presidente do PSD explicou as afirmações que fez há dias sobre um “Governo de salvação nacional”. Em entrevista à SIC, Rui Rio esclareceu que qualquer que seja o próximo Governo será de “salvação nacional” devido à “situação económica difícil” em que o país vai ficar. O social-democrata mostrou ainda abertura para a aprovação de um Orçamento Suplementar, mas sublinhou que o PSD “não votará a favor de tudo”.
“O que estou a pensar quando falo em Governo de salvação nacional não é em formas de Governo, mas na palavra portuguesa que significa salvação”, disse Rui Rio, em declarações por videoconferência no Jornal da Noite da SIC. E continuou a explicação: “O Governo que estiver em funções vai ser um Governo de salvação nacional, porque Portugal vai ficar numa situação económica tão difícil que a lógica de governação a seguir [a esta crise] será de salvação nacional“.
O social-democrata referiu que, nesta altura, “é muito difícil antever o que vai acontecer e a situação económica e social em que o país vai estar”. Mas que “o mais prudente, inteligente e com mais bom senso é não tentar desenhar cenários”. Sublinhando a ideia de que não é fácil antever o futuro, Rui Rio admitiu, contudo, que “vai ser numa lógica de reequilíbrio e de relançamento da economia como um todo”. Vai ser uma “tarefa muito grande”.
Latitude para aprovar Orçamento suplementar é “muito grande”
O presidente do PSD foi também confrontado com a hipótese de ser necessário um Orçamento Suplementar, mostrando abertura do partido para essa aprovação, tal como já tinha referido anteriormente. “Naturalmente que estou disponível [para aprovar], disse. Contudo, deixou avisos. “Não quero dizer que o Governo pode apresentar o Orçamento Suplementar que entender e que o PSD está às ordens e votará a favor de tudo. Terei de conhecer, mas a latitude para aprovar é muito grande”, disse o líder dos social-democratas.
Rui Rio antecipou ainda que os próximos Orçamentos do Estado, “de 2021, 2022 e 2023” “vão ser muito condicionados por aquilo que estamos a passar”. O líder do PSD referiu que quanto mais tempo durar este estado de emergência e as medidas de contenção impostas aos portugueses, “mais longa vai ser a recessão e mais difícil vai ser a recuperação”.
Nesse sentido, reiterou que, enquanto líder da oposição, tem “consciência” do cenário em que está Portugal e que um líder da oposição “não deve criar dificuldades ao país apenas para criar dificuldades ao Governo”, referindo-se ainda à aprovação de um Orçamento Suplementar. “Não vamos aceitar tudo. Vamos ser críticos, mas a latitude é muito grande”, voltou a referir.
Coronabonds “não são muito necessárias para responder à liquidez necessária”
E como o Eurogrupo chegou a um acordo sobre a resposta económica a dar a esta crise enquanto a entrevista decorria, Rui Rio aproveitou ainda para comentar as tão faladas coronabonds. “As coronabonds não são muito necessárias para responder à liquidez necessária”, disse o social-democrata, referindo que o importante é haver “financiamento às economias da União Europeia (UE)”.
“Não é importante que se chame coronabonds ou lá o que é. É preciso que haja financiamento às economias da UE porque, se não houver por via da UE, países como Portugal e Itália, se são largados no mercado, as taxas de juro sobem de forma brutal”, disse, acrescentando que “é fundamental que a Europa tenha condições financeiras para se financiar como um todo e, particularmente, aqueles países como mais dificuldades”.
“É fundamental que a solução seja europeia, sob pena de se agravarem ainda mais as desigualdades entre países que hoje já existem”, rematou.
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