Mercado de M&A português chega aos 13,4 mil milhões de euros em 2019

Segundo o M&A Report 2020, as transações de M&A em Portugal atingiram o valor de 13,4 mil milhões de euros em 2019. Tanto o número de transações como os valores envolvidos aumentaram em relação a 2018

O mercado de fusões e aquisições, ou M&A, em Portugal somou 13,4 mil milhões de euros em 2019. De acordo com a Transactional Track Record (TTR), o setor imobiliário foi o mais ativo, embora se tenha verificado um ligeira quebra no ano passado.

Segundo o M&A Report 2020, os setores em que se registou um maior crescimento foram o financeiro e o dos seguros, que “compensaram a queda no setor imobiliário”. Tanto o número de transações como os valores envolvidos aumentaram em relação a 2018, com uma subida de 15,09% e 17,85%, respetivamente.

“O número de transações foi de facto o mais alto de todos os tempos, no entanto os negócios foram menores em termos de valor“, lê-se no relatório anual.

No que concerne às transações de M&A com outros países, ocorreram cerca de 100 que envolveram a “aquisição de empresas nacionais por entidades estrangeiras”. Espanha é o país que em 2019 realizou o maior número de negócios em Portugal. O investimento espanhol traduziu-se no valor de 289 milhões de euros.

O segundo país que mais negócios estabeleceram com Portugal em 2019 foi os Estados Unidos da América, com um investimento de cerca de 682 milhões de euros. Logo a seguir posiciona-se o Reino Unido, gerando cerca de 710 milhões de euros através de operações de M&A.

Ainda assim, relativamente ao valor geral de negócio, França foi quem mais investiu em Portugal. No total foram despendidos através de operações de M&A cerca de mil milhões de euros.

Por outro, as empresas portuguesas investiram principalmente em Espanha, França e no Brasil, com três transações em cada país. Enquanto nos dois primeiros países o valor total do investimento rondou os 800 milhões de euros, no Brasil a transação apenas somou 50 milhões de euros.

“Embora o mercado português esteja numa trajetória ascendente, houve algumas flutuações nos valores de investimento e nos setores alvo”, lê-se no relatório.

O M&A Report 2020 identifica ainda que o mercado é principalmente impulsionado por fusões e aquisições privadas. “No entanto isso não significa que não haja transações de empresas públicas relevantes”, nota.

Ainda assim, o investimento em fundos de private equity caiu 13,69% em 2019, sendo apenas realizadas 39 operações. O negócio da venda da Partex à PTTEP, uma empresa tailandesa, cotada em Bolsa, que integra os índices Dow Jones Sustainability. O negócio rendeu 622 milhões de dólares, cerca de 555 milhões de euros.

A venda da Tranquilidade foi outro dos negócios em destaque. A italiana Generali pagou 510 milhões de euros pela Seguradoras Unidas e mais 90 milhões pela AdvanceCare.

Segundo o relatório, o crescimento da consolidação do mercado M&A português é justificado por vários fatores. Desde o fim do “acesso ao financiamento” como bloqueio decisivo nos negócios, passando pela “decisão do Banco Central Europeu de manter as taxas de juro baixas”, vários são os motivos apontados. O Brexit é também referenciado como um possível fator.

O M&A Report 2020 teve a coordenação da Latham & Watkins e contou com a colaboração de várias firmas espalhadas pelo mundo que analisaram o mercado de M&A. Em Portugal, a sociedade de advogados convidada pela International Financial Law Review foi a Raposo Bernardo & Associados, que escreveu o capítulo sobre o país.

Joana Andrade Correia e Nelson Raposo Bernardo, responsáveis pelo departamento de corporate M&A da Raposo Bernardo, apresentaram alguns dados recentes sobre o mercado transacional em Portugal, percorrendo também as principais regras aplicáveis, no nosso país, às operações de fusões e aquisições.

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